ATA DA CENTÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 10-11-2008.

 


Aos dez dias do mês de novembro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Professor Garcia ,Valdir Caetano e Zé Valdir. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 1228669, 1228817, 1229192, 1231265 e 1231288/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Nonagésima Primeira, Nonagésima Segunda, Nonagésima Terceira e Nonagésima Quarta Sessões Ordinárias e da Décima Segunda Sessão Extraordinária. Após, por solicitação do Vereador João Antonio Dib, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Telmo Thompson Flores, ex-Prefeito de Porto Alegre, falecido no dia de ontem. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela Mesa Diretora e pelo Colégio de Líderes, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a comemorar o vigésimo quinto aniversário do Programa Comando Maior, da Rádio Farroupilha, nos termos do Requerimento nº 091/08 (Processo nº 6055/08), de autoria do Vereador Maurício Dziedricki. Compuseram a Mesa: o Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Radialista Gugu Streit, apresentador do Programa Comando Maior; o Senhor Gabriel Cazara, Gerente Executivo Rádios Entretenimento do Grupo RBS; o Radialista DJ Cássia, representando a Rádio Cidade; o Senador Sérgio Zambiasi. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Maurício Dziedricki nomeou personalidades que integraram os vinte e cinco anos do Programa Comando Maior, citando, em especial, o nome do Vereador Luiz Braz, Parlamentar deste Legislativo. Também, abordou o trabalho social desenvolvido pelo Programa ora homenageado, enfocando características que valorizam o aspecto popular da nossa cultura por apresentarem um olhar marcado pela sensibilidade frente ao quotidiano vivenciado pelos ouvintes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Maurício Dziedricki, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, discorreu sobre a interação da Rádio Farroupilha com a comunidade gaúcha, asseverando que ali são construídas pontes de solidariedade que aproximam pessoas de diferentes grupos etários e sociais. Finalizando, parabenizou o Radialista Gugu Streit, elogiando o trabalho por ele desempenhado como apresentador do Programa Comando Maior. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Cássio Trogildo, Secretário Municipal de Obras e Viação, e do Senhor Isac Szajman, Superintendente Administrativo-Financeiro do Departamento Municipal de Água e Esgotos, este representando o Senhor Flávio Ferreira Presser, Diretor-Geral desse Departamento. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Goulart, em tempo cedido pela Vereadora Maria Luiza, analisou a importância do rádio como instrumento de integração, ressaltando que a facilidade de acesso garante um alcance raramente atingido pelos demais meios de comunicação. Nesse sentido, relatou experiências vivenciadas como médico, de promoção, pelo Programa Comando Maior, de ações solidárias para garantir assistência a pessoas com dificuldades de atendimento na área da saúde. Na ocasião, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Gugu Streit, que, em nome do Programa Comando Maior, agradeceu a homenagem prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senador Sérgio Zambiasi, que se manifestou em relação ao Programa Comando Maior. Às quatorze horas e quarenta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Margarete Moraes, Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o Vereador Carlos Comassetto, do dia sete ao dia dezesseis de novembro do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Mauro Pinheiro, para o período de hoje ao dia dezesseis de novembro do corrente, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Ainda, foi apregoada Declaração firmada pela Vereadora Margarete Moraes, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Gerson Almeida em assumir a vereança de hoje ao dia dezesseis de novembro do corrente, em substituição ao Vereador Carlos Comassetto. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje e no dia doze de novembro do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança, no dia de hoje, o Suplente Zé Valdir, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pela Vereadora Margarete Moraes, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Gerson Almeida em assumir a vereança no dia de hoje e no dia doze de novembro do corrente, em substituição à Vereadora Sofia Cavedon. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Guilherme Barbosa comentou reportagem publicada no jornal Zero Hora do dia três de novembro do corrente, intitulada “A batalha dos idosos nos ônibus”, que cita relatório elaborado pelo Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, acerca do número de passageiros de terceira idade que se acidentam dentro do transporte coletivo da Cidade. Além disso, leu trechos do editorial de hoje do jornal Correio do Povo, intitulado “Pontal do Estaleiro: por que a urgência?”. A seguir, foi apregoado o Memorando nº 031/08, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador João Carlos Nedel, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje, na solenidade de entrega da Medalha do Mérito Farroupilha ao General-de-Exército José Elito Carvalho Siqueira, Comandante Militar do Sul, às dezessete horas, no Palácio Farroupilha, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes referiu-se à comitiva integrada por Sua Excelência que foi a Brasília para denunciar falhas supostamente existentes no processo eleitoral deste ano, mencionando, em especial, fatos ocorridos no último pleito municipal em Porto Alegre. Nesse sentido, criticou a postura do Senador Garibaldi Alves ao recepcionar a referida comitiva e apoiou o Executivo Federal na busca por agilização da Reforma Política no Brasil. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maria Celeste discorreu acerca de procedimentos que vêm sendo adotados na construção e na administração do Centro Popular de Compras, afirmando que há insatisfação, por parte dos ambulantes, com esse empreendimento. Além disso, enalteceu o empenho da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana na oitiva de reclamações de vendedores ambulantes que ocuparão estandes nesse prédio. O Vereador José Ismael Heinen pronunciou-se sobre a necessidade de estancamento do crescimento de favelas no Brasil, argumentando que a proliferação de ocupações irregulares dificulta o acesso do Poder Público a áreas que são atualmente dominadas pelo crime organizado e pelo narcotráfico. Nesse contexto, sugeriu que Porto Alegre conjugue o Programa Governança Solidária com o cooperativismo, sustentando que tal medida ajudaria a diminuir os problemas sociais na Cidade. O Vereador Ervino Besson, em tempo cedido pelo Vereador Mauro Zacher, convidou todos para a 24ª Festa do Pêssego de Porto Alegre, que está sendo realizada no Centro de Eventos de Porto Alegre, no bairro Vila Nova. Em relação ao tema, destacou a importância do apoio governamental recebido pelos produtores rurais do Município e salientou o crescimento registrado nos últimos anos na produtividade e na qualidade de gêneros agrícolas de Porto Alegre. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou os Senhores Vereadores para o evento “A Câmara Municipal de Porto Alegre e a imprensa”, a ser realizado às nove horas e quinze minutos do dia doze de novembro do corrente, no Plenário Ana Terra. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Aldacir Oliboni debateu a questão da saúde pública municipal, questionando as promessas feitas pelo Prefeito José Fogaça durante a campanha eleitoral deste ano, relativamente às melhorias nessa área. Sobre o assunto, propugnou pelo aumento do número de profissionais para o atendimento médico à população, ressaltando a necessidade de que os cidadãos sejam respeitados nas suas reivindicações por melhores condições de vida. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei reportou-se à importância do seminário a respeito da Constituição Federal, realizado na última sexta-feira nesta Casa. Ainda, discorrendo acerca da qualidade do transporte coletivo em Porto Alegre, afirmou que existem problemas sérios que precisam ser sanados relativamente a essa questão e criticou a atuação do Secretário Luiz Afonso Senna, defendendo a sua substituição nessa pasta. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 237/07, com ressalva das Emendas apostas, considerando-se prejudicado o Projeto original. Foram aprovadas as Emendas nºs 02 e 03, apostas ao Substitutivo nº 01 do Projeto de Lei do Legislativo nº 237/07. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 024/06. Em Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 024/07, com ressalva das Emendas apostas, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Aldacir Oliboni e Professor Garcia. Foram aprovadas as Emendas nºs 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 024/07. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 167/08, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Professor Garcia, Maria Luiza, Zé Valdir, Nilo Santos, Alceu Brasinha, Maristela Maffei e Elói Guimarães, teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento de autoria da Vereadora Maristela Maffei, aprovado por dezoito votos SIM e nove votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Alceu Brasinha, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Zé Valdir e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Maria Luiza, Maurício Dziedricki e Nilo Santos. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 149/08, por vinte e seis votos SIM, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Zé Valdir. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 032/08. Em continuidade, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Claudio Sebenelo questionou as políticas econômicas do Governo Federal e, nesse contexto, criticou a fusão dos Bancos Itaú e Unibanco, lembrando que, com esse negócio, o Banco do Brasil não está mais em primeiro lugar na lista de depósitos do País. Sobre o tema, analisou a crise financeira mundial decorrente da queda nas bolsas de valores e seus reflexos a médio e longo prazo no Brasil, como a concentração de renda e o aumento da pobreza. O Vereador Dr. Goulart teceu considerações sobre a distribuição de recursos públicos para o sistema de saúde existente em Porto Alegre, lembrando que, até o final do ano de dois mil e nove, chegarão aos cofres do Município, para aplicação nessa área, em torno de dois bilhões de reais oriundos do Governo Federal. Nesse sentido, defendeu uma distribuição justa desses recursos entre os hospitais federais, estaduais e municipais localizados na Cidade. Às dezessete horas e um minuto, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Mauro Pinheiro, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Ervino Besson e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio em homenagem à memória de Telmo Thompson Flores. Ele foi Prefeito desta Cidade, pensou no presente, mas programou o futuro e deixou projetos, fez obras extraordinárias e, realmente, merece a homenagem desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu convido os Srs. Líderes a comparecerem à Mesa dos trabalhos. (Pausa.)

Em votação o Requerimento, de autoria da Mesa e Lideranças, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar no período de Comunicações. Após, retornaremos à ordem normal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso do 25º aniversário do programa Comando Maior, nos termos do Requerimento nº 091/08, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki - Processo nº 6055/08.

Convidamos para compor a Mesa este grande comunicador e amigo, Sr. Gugu Streit, apresentador do programa Comando Maior, da Rádio Farroupilha; o Sr. Gabriel Cazara, Gerente-Geral da RBS Rádio, e o Ver. DJ Cassiá, representando a Rádio Cidade.

Nós e o Ver. Maurício agradecemos a presença de todos os convidados, dos amigos do Gugu, do programa da Rádio Farroupilha. Sejam todos muito bem-vindos à nossa Casa Legislativa. Sintam-se à vontade.

O Ver. Maurício Dziedricki, proponente desta homenagem, está com a palavra.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com prazer que eu faço esta saudação ao nosso querido e futuro Vereador desta Casa, DJ Cassiá, representando aqui a Rádio Cidade, integrante do Grupo RBS; aos grupos e amigos que têm a expressão, a marca e a representação da Rádio Farroupilha no seu dia-a-dia.

Presidente Sebastião Melo, foi por força da expressão da Rádio Farroupilha que, há muito tempo, eu pude conhecer, talvez, uma das maiores demonstrações de força popular, e era um plenário como este; foi na Câmara de Vereadores, onde a representação da Cidade se dá por um todo, se dá por um colegiado de Vereadores, representantes de inúmeras vertentes da política porto-alegrense, da política gaúcha, que nós, em especial a nossa Bancada do PTB, fizemos questão de referendar esta homenagem à Rádio Farroupilha.

O programa Comando Maior, que hoje completa 25 anos de liderança ininterrupta no Rio Grande do Sul, começou com grandes oradores e continua com grandes oradores. Eu faço questão de fazer uma citação especial ao Ver. Luiz Braz, porque foi ele quem deu o pontapé inicial ao programa, por meio da Rádio Farroupilha, rádio filiada ao Grupo RBS, que conseguiu demonstrações de que a Rádio tem um papel na vida de Porto Alegre. E o Ver. Luiz Braz, com o vozeirão habitual que conhecemos nesta tribuna, marcou um novo tempo para a comunicação do rádio gaúcho. Esta é uma Rádio que faz parte, Gugu, do dia-a-dia da Cidade, uma Rádio que interage com o cidadão, interage com aquele que tem mais recursos e com aqueles que menos têm; há uma demonstração de fé todos os dias, das 7 às 13h, com exceção do domingo, quando deixa saudade. O Programa abre com a oração matinal, faz a narrativa daquilo que é notícia para o Rio Grande, para o Brasil, para o mundo, permeando o sentimento das pessoas - e vejo aqui os grupos de terceira idade, os clubes de mães, que, diuturnamente, acompanham essa motivação social que presta a Rádio Farroupilha. São diversos quadros, Ver. Luiz Braz, que, no seu tempo, já eram representação da participação da Farroupilha na vida de Porto Alegre: a Hora Certa; a Temperatura; o Parabéns a Você; o Plantão de Polícia; a Sopa de Letrinhas - a tão famosa Sopa de Letrinhas, que prende a atenção dos ouvintes, Ver. Sebastião Melo, a cada minuto, na expectativa de que uma nova letra solucione os mistérios; as Loterias, que garantem que as pessoas possam construir seus sonhos; o Comentário Esportivo; o novo quadro que representa o Anonymus Gourmet - mais uma das grandes atrações da Farroupilha -, junto ao dia-a-dia da senhora e do senhor que estão lá, na beira do fogão, atentos ao programa.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: É com muita honra que ouço o primeiro comunicador do programa Comando Maior, da Rádio Farroupilha.

 

O Sr. Luiz Braz: Meu querido amigo, Ver. Maurício Dziedricki, é motivo de muita satisfação e de regozijo ouvir um Vereador da sua estirpe, alguém que foi muito bem votado, reconhecido por toda a sociedade, fazer esta homenagem muito justa ao Comando Maior, que hoje é conduzido pelo meu querido amigo Gugu Streit.

Depois do nosso começo lá, dois grandes apresentadores estiveram à frente do Programa: o meu amigo Sérgio Zambiasi, que é um grande marco na história da comunicação aqui no Rio Grande do Sul, e você, Gugu, a quem eu faço um reconhecimento. Você é daquele grupo de apresentadores populares que vão ficar marcados na história do Rádio em todo o Rio Grande do Sul. Eu fico muito feliz em poder, hoje, sintonizar a Rádio Farroupilha e ver que o Comando Maior tem o seu comando, a sua marca, a sua chancela. Você é um dos apresentadores que honram muito todos nós que trabalhamos e gostamos do rádio. Um grande abraço a Vossa Excelência, Ver. Maurício Dziedricki. Parabéns!

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Obrigado, Ver. Luiz Braz.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço, nobre colega, pela oportunidade. Quero parabenizá-lo por essa feliz iniciativa, e, em nome do Democratas, quero trazer aqui o nosso reconhecimento a esse Programa da Rádio Farroupilha, tão importante ontem, hoje e, com certeza, amanhã também. Sucesso continuado e parabéns. Muito obrigado, Maurício.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Maurício, nossa saudação especial por este momento, por esta homenagem. Saúdo o Comando Maior, da Rádio Farroupilha, e quero dizer da importância que tem esse tipo de programa. Sou formado em Jornalismo e sei muito bem o quanto é importante a comunicação, e o Gugu, com a sua equipe, faz um excelente trabalho. Às vezes, tu não tens acesso ao jornal, mas tens a informação via rádio, pelo Programa. Em nome da Bancada do PT, queremos parabenizar, mais uma vez, esse belo trabalho aqui na Cidade. Obrigado.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: É com muito prazer que ouço V.Exª, Verª Maristela Maffei, representando a Bancada do PCdoB nesta Casa.

 

A Srª Maristela Maffei: Ver. Maurício, quero cumprimentá-lo; também quero cumprimentar o Gugu; o nosso Ver. DJ Cassiá e demais representações na nossa Casa do Povo. Boas-vindas a todos.

Talvez as pessoas não compreendam muito bem e possam colocar as coisas num lugar-comum, mas, quando a gente vem do Interior, onde há pouco acesso aos meios de comunicação, não há como não lembrar desse Programa, pelo seu tempo, pela sua generosidade. Aquelas pessoas que nunca passaram frio, que nunca passaram necessidades talvez não compreendam o relevante papel desse Programa. É sempre uma alegria recebê-los aqui. Mesmo para aqueles que estão em outro status quo, que não gostam, quero dizer que esse Programa, com certeza, faz bem a muita gente, principalmente no interior do Estado do nosso Rio Grande do Sul. Parabéns e boas-vindas.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Maurício, quero me somar a todas as outras iniciativas e, em especial, a esta que homenageia o programa Comando Maior pelos seus 25 anos. Saúdo o Gugu, que conduz tão bem esse Programa, e quero dizer que eu, como médico comunitário há mais de 25 anos nesta Cidade, praticamente confundi a minha atuação com o Programa, porque, em especial em nossas vilas mais carentes, o que a gente mais ouve são os rádios ligados na programação da Rádio Farroupilha. O trabalho comunitário feito por essa Rádio, que, muitas vezes, deveria ser cobrado também do serviço público, faz com que a comunidade se sinta mais contemplada através de um programa de rádio pela congregação de esforços que ele proporciona, porque as pessoas, realmente, se mobilizam.

Esperamos muito sucesso, que já existe, e muitos e muitos aniversários ao Comando Maior, da Rádio Farroupilha.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado, Ver. Maurício. Quero parabenizá-lo por esta brilhante iniciativa. Quero mandar um muito fraterno abraço ao Gugu e à sua equipe, em nome da Bancada do PDT.

A Rádio Farroupilha faz parte de uma trajetória de milhares de famílias do Rio Grande do Sul. Além disso, com esse extraordinário Programa, a Rádio Farroupilha tem o dom de dar oportunidade aos nossos cantores, esses cantores que, às vezes, não têm oportunidade de aparecer na mídia, DJ Cassiá.

Ao homenagear essas pessoas, eu quero também homenagear o Fontana, que deve estar por aí. Eu queria que ele cantasse aquela música “Volte para casa, mulher”. O Fontana aprendeu muita coisa junto com o teu Programa e com todos os eventos, principalmente os das igrejas; esses eventos que acontecem na Zona Sul e em outros locais; o Fontana está sempre lá, levando a alegria com o seu dom artístico.

Portanto, parabéns! É merecida a homenagem que a Câmara presta a ti, Gugu, à Rádio e à tua equipe. Muito obrigado.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ilustre Ver. Maurício Dziedricki, quero cumprimentá-lo por tão feliz iniciativa e dizer que a Bancada do Partido Progressista, dos Vereadores João Antonio Dib, Beto Moesch e deste Vereador, quer se associar a esta homenagem aos 25 anos do programa Comando Maior. Meus parabéns a todos e a Vossa Excelência também. Obrigado.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Obrigado, Ver. João Carlos Nedel.

Eu quero fazer uma solicitação especial ao Presidente Sebastião Melo para que o espaço de Comunicação de Líder do meu Partido possa ser usado, para não ofender o Regimento da nossa Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Concedido. O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Retomando, quero dizer que, na programação que tem e desempenha a Rádio Farroupilha, temos alguns dos quadros mais emotivos, se não da rádio brasileira, com certeza da rádio no Rio Grande do Sul; é um quadro em que nós conhecemos a dor, o sofrimento, a falta de acesso de algumas pessoas com relação à Saúde, e a Rádio Farroupilha cumpre um papel, Gabriel, de extrema importância, pois se constroem pontes de solidariedade. Essa é uma expressão do nosso grande comunicador Gugu Streit, que leva pessoas que pouco têm a conhecer pessoas que as podem ajudar; é uma representação daquilo que há de mais importante no sentimento, na coleta de carinho e de estímulo para que possam acreditar ainda em programas que traduzam a voz e o sentimento, como tem feito o grande comunicador Gugu Streit, junto à Rádio Farroupilha.

Outro quadro é o chamado Gente Procurando Gente, que faz com que a barreira temporal de 10, 15, 30 anos de separação possa ser resolvida em apenas alguns programas, que são ouvidos por milhões de amigos, possibilitando o reencontro de pais que se perderam dos filhos, de filhos que se perderam dos pais, de irmãos afastados, fazendo com que a família volte à cena, pela sua união.

No Programa, nós tivemos grandes comunicadores, como o Ver. Luiz Braz, o Senador Zambiasi, que elevou a Rádio Farroupilha a patamares de audiência antes inatingíveis, fazendo com que a qualidade, a simpatia, a dedicação e a determinação do nosso grande comunicador, do nosso grande radialista Gugu Streit, pudessem manter a tradição da Rádio que é liderança de audiência no Rio Grande do Sul.

Aqui é uma Casa especial, onde nós temos grandes comunicadores. Nós temos o Ver. Haroldo de Souza, contagiando as pessoas com o comentário esportivo; nós temos o Ver. Nilo, com o seu programa diário de rádio; nós temos aqui o futuro Vereador Titular desta Casa, da Bancada do PTB, DJ Cassiá, que contagia as massas com o seu funk, com o seu carisma, com a sua integração.

Esta é uma Casa especial, Gugu, e esta Casa resolveu, hoje, homenagear os 25 anos do programa da Rádio Farroupilha, o Comando Maior, que venceu inúmeros preconceitos num tempo em que dar cadeira de rodas era tido como assistencialismo. E hoje nós sabemos que essas cadeiras de rodas, que as muletas canadenses, que os coletes posturais fizeram com que pessoas, naquela época desacreditadas, pudessem ter sobrevida, pudessem ter dignidade na locomoção, pudessem ter respeito, porque, muitas vezes, encontravam, Ver. Oliboni, os locais de atendimento à saúde fechados.

Neste momento, o Senador Sérgio Zambiasi chega ao Plenário. Foi com determinação e com tradição de solidariedade que ele teve a coragem e a audácia de construir um Projeto de Lei no Estado chamado Lei da Solidariedade, Lei que oferece às empresas um canal de investimento e de retorno para o atendimento daqueles que mais precisam. E é preciso registrar que a solidariedade, Ver. Bernardino Vendruscolo, transcende Partidos políticos. Digo isso, porque foi na sensibilidade do Governador Olívio Dutra que se conseguiu fazer com que houvesse um vencimento dos vícios de origem desse Projeto e que se pudesse consolidar, no Estado, a Lei de Solidariedade, que atende a tantas e tantas pessoas.

Mas foi assim, Gugu e Senador Zambiasi - quem eu saúdo -, que nós fizemos com que Porto Alegre e o Rio Grande do Sul conhecessem que a nossa vocação diária de solidariedade é algo que pode ser feito pelas rádios, pelos Parlamentos, pelo Executivo, mas, sobretudo, pela solidariedade que existe na nossa sociedade: pessoas que pouco têm, pessoas que muito têm, mas que estão convencidas de que vale a pena ajudar quem precisa.

Então, na representação do Senador, do comunicador, do radialista Zambiasi, do comunicador e radialista Gugu, do nosso querido colega Ver. DJ Cassiá, vemos, com satisfação, que a sociedade tem que estar sempre em primeiro lugar, e principalmente quando ela mais precisa, Ver. Sebastião Melo, quando ela mais carece de respeito.

Então, eu quero homenagear aqui a Rádio Farroupilha, o Comando Maior, a RBS, e desejar-lhes mais 25 anos de muita solidariedade, de muito exercício pleno de cidadania e de muito convencimento, pois essa Rádio nos acompanha no dia-a-dia e acompanha também o coração de milhões de amigos da Rádio Farroupilha. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Com muita alegria, quero saudar a presença do nosso querido Senador Sérgio Zambiasi, que já está fazendo parte da Mesa. Bem-vindo à nossa Casa, Senador!

Também registro a presença do Secretário de Obras e Viação, Sr. Cássio Trogildo, que nos honra com sua presença, e do Dr. Isac Szajman, Superintendente Administrativo-Financeiro do DMAE, neste Ato representando o Sr. Diretor-Geral, Sr. Flávio Presser.

O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Luiza.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com satisfação que a minha Bancada designou-me para fazer duas saudações. A primeira saudação é à iniciativa do nosso querido Líder emergente, o grande Vereador e grande ex-Secretário Maurício Dziedricki; e a segunda, ao nosso programa Comando Maior.

Imaginem, senhores, que a comunicação acontece por várias maneiras, e a gente tem visto os nossos filhos - ou nós mesmos - comunicarem-se pelo Orkut, pelo MSN, por todas as formas de comunicação que existem, possíveis, que ultrapassam fronteiras, que, daqui a pouco, ultrapassarão planetas. Mas existe uma forma, que foi a primeira forma de comunicação de massa, que não termina nunca, que cresce sempre, que é a antiga ação do rádio. O rádio é e continuará sendo muito popular pelos tempos afora, porque ele pode ser de um tamanho bem pequenino, ficar no nosso ouvido à noite para que a gente possa escutar sem perturbar ninguém. Lá adiante, a gente pode ver um homem do campo, sentado no seu catre, tomando mate depois da janta, escutando as notícias através do seu radinho. E o preço do rádio? Um rádio, às vezes, custa dez reais, sete reais e cinqüenta centavos, em promoções; os melhores custam um pouquinho mais, mas é um preço acessível, uma comunicação completamente acessível.

Imaginem quando surgiu o programa Comando Maior, na Rádio Farroupilha; no início, na voz do meu querido amigo e mestre político, que emprestava a sua voz bonita que a gente escutava no rádio, Luiz Braz. Eu acho que o Ver. Luiz Braz andou sentindo saudade, porque eu andei participando de um programa dele, de televisão, que se chamava Comando da Cidade, nome meio parecido com Comando Maior. Participamos falando de Saúde no programa Comando da Cidade, do Luiz Braz.

A satisfação foi ver, também, o nosso querido DJ Cassiá ter “explodido” na rádio, porque ele trabalha com o funk, e, quando se trabalha com funk, tem-se uma responsabilidade imensa. Esse radialista passa a ter uma responsabilidade imensa! Por quê? Porque a gente tem notado que os funks de outros Estados têm degringolado para outros lados, que não são os mais desejados para a nossa juventude. E, no momento atual, com essa liderança sadia, com essa liderança boa do DJ Cassiá, os jovens todos adoram o funk e querem ser DJ Cassiá; os jovens querem ser MC Jean Paul. E esses meninos, com a responsabilidade que têm, passam para os jovens um funk sadio, um funk longe das drogas, um funk que traz o progresso para eles próprios e que trará progresso para a sociedade.

Imaginem o trabalho de Sérgio Zambiasi e de Gugu Streit, que são semelhantes - até as vozes são parecidas: um trabalho de solidariedade humana imensa. Quantas vezes, lá no Hospital Fêmina, quando era possível, a gente recebia, através do programa Comando Maior, uma ou outra pessoa que precisava de um exame, que precisava de uma atenção, de um carinho, de um cuidado. Então, deu para sentir, como médico, a importância que essa relação de Sérgio Zambiasi, de Gugu Streit e de sua equipe da Rádio, tem, tinha e terá para a população.

Uma vez, eu estava escutando Sérgio Zambiasi e fazendo uma “cesárea”, lá no Hospital Fêmina. O fenômeno era um menino que havia feito umas estripulias e havia subido no telhado. A Brigada, com os bombeiros, tinha sido chamada para tirar o menino de lá. Aí o Sérgio Zambiasi dizia assim: Pessoal, eu quero mandar um recado para a Brigada, mas eu não estou conseguindo o telefone”. Nisso, milhões de rádios se acenderam na volta, ficaram em silêncio, e ele deu o recado: “Pessoal, não me maltratem o menino, não me machuquem o menino. Por favor, Brigada, não me machuque o menino!” O menino saiu de lá - é claro, talvez não tenha sido por isso, mas olhem a preocupação do Zambiasi - com confiança, desceu na mão dos brigadianos e foi entregue para a mãe; e essa, sim, deu umas palmadas nele e o levou para dentro de casa.

Eu queria, antes de terminar, fazer um agradecimento ao Professor Natanael, do Horóscopo - um abraço -, que traz tanta esperança para tanta gente, pela maneira carinhosa como as coisas são ditas, como as coisas são pensadas; ao querido Pelezinho, homem importante da Rádio, do programa O Sucesso - um abraço da Bancada do PTB.

Meus queridos, para encerrar, quero dizer a vocês: que maravilha que a gente tem rádio! Que maravilha que a gente tem a Rádio Farroupilha! Que maravilha que a gente tem homens como Luiz Braz, Sérgio Zambiasi, Gugu Streit, Gabriel e o nosso querido Cassiá! Um beijo! Vida longa para a Rádio Farroupilha e vida longa para o programa Comando Maior! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado, Ver. Dr. Goulart.

O Sr. Gugu Streit, grande comunicador, está com a palavra.

 

O SR. GUGU STREIT: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo; Gabriel Cazara, representando aqui a RBS Rádios; Ver. DJ Cassiá, representando a Rádio Cidade FM; nosso Senador Sérgio Zambiasi; Senhoras e Senhores Vereadores; demais autoridades presentes; senhores representantes da Imprensa; senhoras e senhores, que bom que este momento chegou, porque 25 anos parece tão pouco, mas, ao mesmo tempo, parece uma eternidade quando é algo que se faz sem vontade, quando é algo que se faz sem amigos e sem parceiros. Agora, parece tão pouco quando a gente faz com prazer essa missão que nós temos, que é de ajudar essas pessoas. E hoje estou à frente do Comando Maior, mas, antes de mim, foram outros, como há pouco o Ver. Maurício citou: o nosso querido Ver. Luiz Braz, que foi um dos que iniciaram o Comando Maior; depois passou ao nosso Sérgio Zambiasi, que deu segmento e ampliou o Comando Maior, transformando o programa de rádio num esteio para as pessoas da Capital e do interior do Estado. O Programa transformou-se numa ponte de solidariedade, e digo isto todos os dias lá na Rádio, que nós somos uma ponte: do lado de cá, aquele que precisa e, do outro lado da ponte, aquele que pode nos ajudar. E são tantas e tantas pessoas que nos ajudam, e tantas e tantas vidas foram salvas, e, mesmo se tivesse sido só uma vida salva nesses 25 anos de Comando Maior, a gente poderia dizer que valeu a pena, mas foram centenas de pessoas.

O Comando Maior, da Rádio Farroupilha, é um programa solidário, um programa de prestação de serviço, que ajuda a comunidade não só de Porto Alegre, mas de todo o Estado do Rio Grande do Sul. Foram muitos encontros que o programa Comando Maior proporcionou: reencontros entre parentes; amigos que não se viam há muitos anos. E eu guardo, Senador Zambiasi, um momento que nós, dificilmente, vamos esquecer: há uns seis anos, mais ou menos, foi um senhor lá na Rádio Farroupilha, na faixa dos 70, 72 anos, que queria encontrar a irmã, que tinha 77 anos, e que ele não a via há mais de 50 anos. E eu lembro muito bem, Senador Zambiasi, que ele disse: “Olha, eu vim aqui procurar a minha irmã; eu gostaria de achar a minha mãe, mas acredito que ela já esteja morta”. E não levou meia hora, a mãe dele ligou da cidade de Cidreira, dizendo que estava viva e que queria abraçar aquele filho. Este é um momento muito gratificante, que guardamos como grande recordação, esse reencontro de pessoas que a Rádio Farroupilha faz.

Então, eu quero agradecer esta homenagem proposta pelo Ver. Maurício Dziedricki e todos os Vereadores que, também, de uma forma unânime, votaram para que esta homenagem ao programa Comando Maior fosse realizada. Muito obrigado a todos pela presença. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Concedo a palavra ao comunicador, Senador Sérgio Zambiasi.

 

O SR. SÉRGIO ZAMBIASI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, quero agradecer pela oportunidade e, inclusive, saudar todos os colegas Parlamentares, os que estão presentes aqui nesta tarde tão histórica e tão bonita. Quero agradecer a oportunidade de falar daqui, do jeito mais informal possível, meu querido colega Haroldo de Souza, do jeito que gostamos na comunicação.

Observando os Parlamentos com os quais temos tido contato, Ver. Luiz Braz, e a democracia que esta Casa representa, realmente, percebemos que esta é a Casa mais democrática com a qual eu já convivi. Fazer parte da Mesa e ter a oportunidade de fazer uso da palavra seguramente não aconteceria num Parlamento estadual ou mesmo lá no Congresso Nacional. Na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, sim, isso é possível, isso é algo a ser registrado. Esta Casa sai daquele formalismo que as instituições estabelecem e permite uma manifestação cheia de espontaneidade, como deve ser.

Ver. Maurício, obrigado pela lembrança. Foram 25 anos; eu lembro muito bem, Braz, de todo o histórico daquele processo. Foi no dia 28 de junho de 1983, quando os desígnios profissionais levaram o Braz para outros caminhos, abrindo oportunidade de, dentro daquela base já proposta pelo nosso colega e comunicador Luiz Braz, ampliarmos aquele trabalho e alcançarmos um fato realmente histórico.

Eu não deixo de referir que a Rádio Farroupilha fez a sua primeira base popular através do comando do Luiz Braz e de outros colegas que lá estavam, e, ao chegar lá, já encontrei, portanto, o caminho asfaltado. Tive o privilégio de ser acolhido por milhares e milhares de ouvintes, possibilitando que, logo em seguida, a Rádio Farroupilha alcançasse esse primeiro lugar que vem sendo mantido há 25 anos. Mas não é só a questão de ser o primeiro lugar ou não na pesquisa de opinião popular; é o resultado de um trabalho fundado em compromissos comunitários, acima de tudo, como porta-voz do cotidiano, DJ Cassiá, da cidadania.

Eu pude andar com o DJ Cassiá em algumas comunidades e vi como as pessoas reagem a ele. Ouvi uma expressão de um cidadão, de um senhor acima da faixa dos 40 - digamos, acima da faixa normal daqueles que gostam da belíssima proposta musical que o DJ apresenta, pela forma como a mensagem é transmitida: “DJ Cassiá, que bom que estou te abraçando; rezei por ti.” Ora, uma expressão dessa, com a espontaneidade como foi manifestada, evidencia a relação que o ouvinte estabelece com o seu comunicador e traduz, exatamente, a importância do rádio e da sua comunicação.

Mas o nosso rádio é o velho rádio AM, sobre o qual, exatamente lá pelos anos 70, 80, Haroldo, o pessoal dizia: “Será que vai sobreviver?” E aqui está, ainda forte e vigoroso. O Rio Grande do Sul - é um fenômeno que deve ser registrado - é o Estado que, proporcionalmente, mais emissoras de rádio possuem tanto AM quanto FM. Isso significa que o rádio, aqui no Estado, tem um espaço muito forte, fruto, obviamente, do trabalho sério que ele vem exercendo, comprometido com as causas e com as comunidades.

Então, ao Gugu, que herdou a responsabilidade de continuar, aprimorar e melhorar o que já vinha sendo feito, parabéns. Pelo que eu sei, nos últimos tempos, os índices inclusive aumentaram. Isso significa que houve um momento em que, se eu não houvesse feito a opção que fiz, de obedecer ao que quase três milhões de gaúchos me determinaram, que era exercer o mandato de Senador da República, em Brasília, talvez a Emissora não tivesse o espaço privilegiado que tem.

O Gugu pegou o desafio, abraçou, aprimorou, melhorou e ampliou, inclusive, a faixa de audiência. Você, Gugu, todos aqueles que trabalham na Rádio Farroupilha e aqueles que fazem da Rádio o seu cotidiano a gente só tem que abraçar com muito carinho e com muito respeito.

Agradeço muito, Melo, por esta oportunidade que a Câmara do Povo de Porto Alegre está nos oferecendo, e, mais uma vez, quero dizer aos colegas Parlamentares da alegria, do orgulho de estar aqui nesta Casa democrática, aberta, plural, e que nos permite exercer a palavra, neste momento, no seu plenário. Muito obrigado a todos. E, como sempre, podem contar comigo. Parabéns, Gugu, e obrigado, Maurício! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Nós queremos nos somar à justeza da proposição. Queremos dizer que, com o Gugu e a sua equipe, Senador Zambiasi, a Rádio ainda é, sem dúvida alguma, aquela que alcança o maior número de pessoas diariamente. E é fascinante o mundo do rádio.

Eu quero apenas dar um depoimento. Quando assumi a Presidência, dentre os vários desafios que tivemos ao longo deste ano, criamos a Ouvidoria da Casa e criamos um telefone 0800. E, quando eu fui à Rádio Farroupilha, o Gugu abriu um espaço para que eu falasse da Ouvidoria. Quando eu cheguei aqui na Casa, era uma loucura de telefonemas para a Ouvidoria. Tinha gente que ligava de Gravataí, de Alvorada, dizendo que a luz estava queimada; que lá não tem asfalto, não tem isso nem aquilo. Então, vejam a potência da nossa Rádio Farroupilha. Eu já havia te dito isso por telefone, não é, Gugu? Só estou externando aqui aquilo que te disse lá, quando visitei a Rádio. Parabéns a você, à sua equipe, aos seus convidados, aos convidados do Maurício. Muito obrigado pelas suas presenças.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h44min.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 14h48min): Estão reabertos os trabalhos.

Agradeço, senhores, senhoras, convidados, convidadas e homenageados, pela participação.

A Verª Sofia Cavedon solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 10 a 12 de novembro de 2008. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Zé Valdir, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude.

O Ver. Carlos Comassetto solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 7 a 16 de novembro de 2008. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Mauro Pinheiro, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana.

Retornamos ao período de Comunicações.

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Ver. Sebastião Melo, nosso Presidente; colegas Vereadores e Vereadoras; demais pessoas que nos acompanham, é sempre uma alegria para nós recebermos as galerias com muita gente acompanhando a nossa Sessão.

Quero, neste período de livre assunto a ser abordado pelos Vereadores, que nós chamamos de Comunicações, discutir com os colegas e com a população de Porto Alegre um assunto que foi destaque, na nossa Cidade, da semana passada, exatamente há uma semana, no jornal Zero Hora, cuja matéria tinha o título “A Batalha dos Idosos nos Ônibus.” E vejo aqui, inclusive, algumas pessoas dessa faixa de idade que estão sofrendo bastante com as modificações que foram realizadas dentro dos ônibus a partir da bilhetagem eletrônica. E este Vereador é um que utilizam...

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Guilherme, aguarde um momento, vou assegurar o seu tempo.

Os senhores são todos muito bem-vindos à nossa Casa, mas eu vou fazer um apelo para que possamos conduzir os trabalhos. Eu solicito à Segurança que nos ajude a acomodar as pessoas; são todos bem-vindos, mas preciso prosseguir o trabalho. Portanto, vou assegurar, Vereador, o seu tempo, para que reine o silêncio no plenário, e nós possamos trabalhar.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Pois eu dizia, Ver. Sebastião Melo e demais pessoas que nos acompanham, que essa matéria trazida pelo jornal Zero Hora, na segunda-feira da semana passada, é, de fato, o reflexo de uma situação muito grave existente nos ônibus da nossa Capital, que atinge as pessoas de mais idade, as chamadas pessoas da terceira idade, os idosos. Eu utilizo o transporte coletivo; quando eu vou daqui da nossa Câmara até o Centro e retorno, sempre uso os ônibus da nossa Capital. E dá para sentir a dificuldade que resultou da mudança nos ônibus: reduziu-se muito o número de cadeiras na entrada dos ônibus, a roleta foi levada para muito perto da porta, e os assentos preferenciais para os idosos foram colocados na metade do ônibus. Com isso, o que acontece? Em primeiro lugar, muitas vezes, forma-se uma fila quando as pessoas querem entrar, quando há muitos passageiros na parada; em segundo lugar, quando a pessoa está se deslocando ao longo do ônibus, o movimento do coletivo se dá na mesma direção que a pessoa está caminhando, empurrando-a para trás do ônibus, e isso tem causado muitos acidentes. Por um lado, quando o ônibus está vazio, a pessoa, ao sair, se não conseguir se segurar em algumas das cadeiras, vai bater lá no final do ônibus; ou, se o ônibus está lotado ao longo do corredor, as pessoas saem se batendo umas nas outras.

O levantamento feito pela reportagem, por intermédio do jornalista Gustavo Souza, no Pronto Socorro, mostrou o seguinte: de setembro de 2007 a setembro de 2008, houve um total de 274 pessoas que sofreram acidentes, sete envolvendo lotações e 267 envolvendo ônibus. E desses que sofreram acidentes nos ônibus, 78,5% é resultado de quedas dentro dos ônibus. Vejam os senhores o que está acontecendo por uma modificação feita não se sabe por quem, que não pensou nos passageiros, não pensou nos passageiros da terceira idade; é uma modificação praticamente feita para os passageiros idosos sofrerem acidentes. (Palmas.) Muito obrigado. Por coincidência, temos aqui vários idosos hoje.

Aqui na própria CEDECONDH, Comissão que estamos presidindo neste ano, fizemos uma reunião, no primeiro semestre, a respeito desse assunto, e veio alguém da EPTC, foi colocado o problema pelo Conselho Municipal dos Idosos, e nada aconteceu! A modificação realizada foi uma modificação que, até agora, só privilegiou as empresas de ônibus; os passageiros foram prejudicados. Eu ando de ônibus! Ainda não cheguei - vou chegar daqui a pouco - à idade que vou poder utilizar a passagem gratuita. Ainda não tenho a gratuidade, mas utilizo os ônibus, e eu sei: aqui na curva, logo perto do Gasômetro, quando a gente está caminhando para pegar uma cadeira, é um problema, eu tenho que me segurar bastante, senão vou ao chão, e, felizmente, tenho boa saúde ainda.

Então é um alerta, além da reportagem, eu quero reforçar a minha voz, porque isso é um escândalo! O levantamento feito pelo jornal Zero Hora já mostrou isso. São muitos acidentes com idosos, e a maioria - quase 80% - desses acidentes são quedas que ocorrem dentro dos ônibus. Onde já se viu uma situação dessas? É uma armadilha! O idoso pegar um ônibus, agora, virou uma armadilha! Ele vai cair dentro do ônibus, ele vai se acidentar dentro do ônibus. E onde está a EPTC? Existe essa EPTC? Existe essa EPTC? Eu desafio! Convido os Vereadores a saírem comigo ao longo das ruas da Cidade e achar um agente de trânsito na Cidade. Só são achados quando estão escondidos para multar ou quando acontece um acidente. De resto, não há agentes de trânsito para orientar o trânsito, e muito menos para fiscalizar as empresas de ônibus.

Desde que começou a Administração Fogaça, eu faço o percurso aqui pela Av. Beira-Rio - a Av. Edivaldo Pereira Paiva - e comecei a ver uma coisa que eu nunca tinha visto antes: uma série de ônibus, entre 19h30min e 20 horas, voltando para a garagem. E é por isso, então, a outra reportagem do jornal Correio do Povo, deste sábado, 08 de novembro, onde se lê que atrasos e lotação dos ônibus dão margem a reclamações. Há cada vez menos viagens, cada vez mais passageiros nas paradas, cada vez mais passageiros dentro dos ônibus, porque foram reduzidas as viagens! Portanto, é uma política da EPTC, é uma política do Prefeito Fogaça só privilegiar as empresas de ônibus, prejudicando os idosos e todos os demais passageiros. Não existe política de transporte coletivo na Cidade, não existe política de mobilidade urbana na Cidade. Hoje, quem manda no transporte coletivo são as empresas do transporte coletivo de Porto Alegre. Ninguém mete a mão! Ninguém mete a mão! E a EPTC não existe; o Secretário é um omisso! É um omisso! Não cuida da mobilidade de Porto Alegre.

Por último, mudo rapidamente de tema, para destacar o Editorial de hoje do jornal Correio do Povo, que já é o segundo sobre o tema: “Pontal do Estaleiro: por que a urgência?” No primeiro parágrafo, está escrito (Lê.): “Está difícil de justificar a pressa de muitos Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre no caso da liberação de construções de espigões na orla do Guaíba, na antiga área do Estaleiro Só. Paira sobre o Projeto uma série de óbices, como vício de iniciativa, desconsideração de Comissões Temáticas, como a de Meio Ambiente, relatorias indevidas, como no caso da tramitação na Comissão de Constituição e Justiça, entre outros pontos.”

Lá adiante, diz o Editorial (Lê.): “Essa postura do bloco que se formou na Câmara na defesa do Projeto é totalmente contrária ao princípio da moralidade e da impessoalidade que deve nortear a conduta dos agentes públicos. Usar o cargo para defender interesses privados é algo recriminável e sem sentido.” Esse é o Editorial de uma das mais importantes empresas de comunicação do nosso Estado. Está cada vez ficando pior para quem assinou este Projeto. Muito obrigado; um abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Carlos Nedel solicita autorização para representar a Câmara na solenidade de outorga da Medalha do Mérito Farroupilha ao Comandante Militar do Sul, o General-de-Exército José Elito Carvalho Siqueira, a realizar-se às 17 horas do dia 10 de novembro de 2008, no Salão Júlio de Castilhos do Palácio Farroupilha, nesta Capital.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, eu quero me manifestar, senhoras e senhores, sobre a ida a Brasília de um grupo de Deputados do Rio Grande do Sul, juntamente com três Vereadores desta Casa - o Ver. Elói Guimarães, o Ver. Sebastião Melo e esta Vereadora, representando a oposição -, e também com o representante da Ordem dos Advogados do Brasil, Dr. Lamachia. A idéia surgiu a partir de um movimento espontâneo de todos os Partidos que ganharam ou que perderam as eleições neste ano, denunciando, nas tribunas, inclusive nesta Casa, as falhas do atual sistema político.

Nas últimas eleições - lá em Brasília, com muita ênfase -, surgiu denúncia de compra de votos como nunca aconteceu nos últimos anos - os problemas das coligações, o fato de as pessoas votarem num Prefeito e elegerem outros Vereadores; o escândalo das Emendas Parlamentares Federais, que são legais, mas que não são justas, sobretudo em relação às cidades do Interior, as pequenas cidades; do quanto um Deputado Federal pode influenciar uma prefeitura e os moradores da região; denúncias à respeito do financiamento das campanhas também, sobre a disparidade do poder econômico de alguns em relação a outros. Aqui em Porto Alegre, nós tivemos o uso da máquina no reasfaltamento de ruas na última semana; nós tivemos a promessa da realização do sonho da casa própria, por conta de um candidato a Vereador. Isso é absolutamente imoral e ilegal!

Há também a questão da fidelidade partidária, do fortalecimento dos Partidos, da necessidade das idéias, a necessidade de as pessoas saberem em que idéias vão votar, enfim; e, a partir daí, surgiu a noção de acelerar a reforma política, que, infelizmente, está trancada, nunca andou, nem na Câmara, nem no Senado.

Apesar da falta de entusiasmo do Presidente do Senado - que eu acho que representa aqueles que querem deixar as coisas como estão, a partir dos privilégios pessoais -, nós fomos recebidos, Ver. Todeschini, pelo Ministro da Justiça, Tarso Genro, e pelo Ministro Múcio, das Relações Institucionais, e eles já têm toda uma formatação e uma idéia de que a reforma poderá sair - já tem o site - com a participação da sociedade, para que a reforma seja discutida no primeiro semestre de 2009, e, no segundo semestre de 2009, quem sabe, a reforma seja votada.

O Ministro da Justiça, Tarso Genro, orgulha não apenas os gaúchos, mas orgulha todo o Brasil, porque nós estávamos levando um “banho de água fria” do Senador Garibaldi, e eis que, lá no Ministério da Justiça, estava tudo organizado, com o site pronto, com os temas distribuídos separadamente e com a participação da sociedade.

Também fomos recebidos pelo Presidente Lula, e nós saímos bastante esperançosos e com a consciência tranqüila, Ver. Sebastião Melo, porque, agora, cada Estado, cada Cidade, cada Câmara de Vereadores, cada Executivo deverá fazer a sua parte e instigar essa discussão e esse debate com todos os dissensos possíveis, com todas as contradições. Mas, como disse o Ver. Sebastião Melo, qualquer reforma será melhor do que como hoje está, pois, como está, não dá mais. Eu acho que acertou a OAB, acertou a Câmara e acertou a Assembléia.

Depois, quero dizer a esta cidadania presente que eu apresentei um Projeto propondo que o idoso poderia entrar e sentar onde tivesse lugar, fosse na frente ou atrás no ônibus, porque o idoso merece conforto. O Projeto foi aprovado por unanimidade, e depois foi vetado pelo Prefeito Fogaça, e os Vereadores desta Casa acompanharam o Veto, vetaram de novo, porque disseram que o cartão Tri resolveria todas as questões do meu Projeto, mas, infelizmente, não resolveu.

Temos hoje, no HPS, um registro de idosos machucados que caem nos ônibus, como nunca aconteceu na história desta Cidade; não está dando certo, o ônibus arranca; há problemas. O meu Projeto, Ver. Brasinha, foi vetado, e o senhor acompanhou o Veto do Prefeito. É importante dizer isso, porque as pessoas têm que responder pelos seus projetos; é esta a função do político, apresentar seu o projeto e sustentar suas idéias.

Quero agradecer o Ver. Guilherme por ter me lembrado desse Projeto. Havia um Projeto nesta Casa para resolver; foi aprovado; foi vetado, e depois, os Vereadores acompanharam o Veto, dizendo que estava tudo solucionado com o cartão Tri; e só tem acontecido desconforto, desrespeito e desprezo pela terceira idade nesta Cidade. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações, por transposição de tempo com o Ver. José Ismael Heinen.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e senhores, o tema que me traz a esta tribuna, de livre iniciativa, é a matéria que saiu num de nossos jornais da Cidade hoje e diz respeito não só a este jornal e aos seus leitores, mas, especialmente, à cidade de Porto Alegre.

Um dos temas que temos tratado aqui nesta Casa desde 2006, aproximadamente, é sobre o Centro Popular de Compras, Ver. Brasinha, um Projeto que foi trabalhado exaustivamente pelos Vereadores, que foi aprovado, inclusive, Verª Neuza Canabarro, com o voto favorável da maioria dos Vereadores desta Casa, mas, ao longo dos anos, a gente foi percebendo a desconstituição desse Projeto. Hoje, exatamente, o que traz o jornal é a insatisfação com o atual projeto, com o atual modelo administrativo em relação não apenas à construção do Centro Popular, mas, especialmente, à forma como está sendo administrada essa construção e à possibilidade da remoção dos camelôs para esse Centro de Compras.

Nós temos percebido, inclusive, que a Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo Ver. Guilherme Barbosa, tem trabalhado esse tema, porque muitas denúncias chegam a esta Casa relativas à insatisfação e à preocupação que os ambulantes estão tendo com essa transferência para o Centro Popular de Compras. Não é possível que haja distorções inclusive para o alocamento dos estandes ali disponibilizados. Existem estandes de dez metros e outros de dois metros, mas qual o critério para que determinado ambulante ou proprietário se aproprie daquele estande? As regras e os informes, em momento algum, são colocados de forma clara. Mais do que isso, foi denunciado aqui que, se alguém quiser comprar algum daqueles estandes, pode se dirigir a uma determinada imobiliária, onde será informado sobre o valor de compra desse estande.

Então, questões como essas são bastante preocupantes. Mais ainda: os ambulantes que hoje estão na rua e que, obviamente, concordam em ter um lugar adequado, estão preocupados com os valores do aluguel que será cobrado. Existem lojas cujos aluguéis serão 76 reais ou 99 reais por semana; não é o aluguel mensal; é o preço semanal. Além disso, terão que dar conta da água, da luz, da segurança que precisa ser paga. Agora eu pergunto: será que há um lucro suficiente desse pequeno comerciante, desse ambulante, para que ele possa dar conta desse aluguel?

 

O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver. Maria Celeste, rapidamente agradeço o aparte, mas o fato de pagar por semana - eu não conheço outro aluguel comercial que seja assim - vai dar ao empresário doze meses mais três semanas, é quase um 13º em termos de aluguel. Isso é uma coisa inexplicável, uma vantagem. E pelo valor, eu desconfio de que a intenção é transformar o Centro Popular de Compras, na verdade, em um centro de compras, porque, de popular, não vai ter mais nada, e é num local público. E, depois, as pessoas que irão para lá, se não conseguirem pagar, não terão mais onde trabalhar no Centro. Obrigado.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Para onde irão? Exatamente.

 

A Srª Neuza Canabarro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, eu acompanhei um grupo de ambulantes que já estavam com a concessão, e o Secretário Cecchim, na época, colocou para uma ambulante que trabalha com bijuteria que ela poderia dividir o espaço, porque o que ela conseguia tirar por mês era um pouquinho mais do que o salário mínimo, em torno de 520 reais. Pelo preço de 99 reais por semana, ela pagaria quase isso, ou seja, mais de 400 reais por mês, inviabilizando todo o seu trabalho. Ela trabalharia apenas para pagar o aluguel. E a solução apontada por ele foi que ela colocasse uma sócia.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Muito obrigada, Verª Neuza Canabarro. Eu vejo que o tema é bastante inquietante e que há muitas dúvidas.

Outra questão que eu gostaria de colocar é que esse Centro Popular de Compras será exatamente para as compras. Para quem trabalha com alimentação, na cidade de Porto Alegre, não há sequer um projeto ou um programa para dar conta. Falo isso me referindo aos ambulantes da Av. Salgado Filho, que têm as suas carrocinhas de cachorro-quente, churrasquinho, enfim, diversas atividades, e que não poderão ocupar esse espaço. Mas me parece que haverá, nesse espaço, um lugar determinado para a praça de alimentação. Por que, então, esses ambulantes também não podem ocupar esses espaços? Será que entrará na concorrência uma grande empresa para usar esse espaço que deveria ser, de fato, um centro popular para os ambulantes da cidade de Porto Alegre? Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações, por transposição de tempo com a Verª Maria Celeste.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; nobres Vereadores e Vereadoras; público que nos assiste, eu quero trazer, neste espaço de Comunicações, um problema que atinge nós todos e todas as cidades deste Brasil, principalmente as capitais: o problema da falta de moradia. O déficit habitacional no nosso País é monumental, e, o pior de tudo, faz com que as nossas metrópoles se encaminhem cada vez mais para a favelização. A favelização traz problemas terríveis para nós, para os nossos filhos, para a auto-estima da população. Esse é um problema que o Brasil tem que enfrentar, que os Municípios têm que enfrentar antes que se torne irreversível, porque nós temos exemplos neste Brasil todo. Temos exemplos em São Paulo, no Rio de Janeiro, onde o Poder Público já não tem mais acesso às favelas, a certos redutos contaminados pelo crack, contaminados pelo crime organizado, seja por que motivo for.

Então, eu vejo que uma das prioridades deste País é estancar as favelas, transformar esses locais, que agora estão ocupados de forma desordenada, com falta de incentivos, buscando uma solução, para que possamos dar a essa população a auto-estima necessária, porque isso é um investimento que nos traz retorno em diversas áreas; além da auto-estima, nos traz retorno com melhor educação, com melhor saúde para todos.

No que se refere a Porto Alegre, é necessário que se faça uma regularização fundiária, porque existem cerca de 800 vilas completamente irregulares. Temos que agir de uma forma concreta, para buscar diminuir essa deficiência pela qual somos responsáveis, hoje, na cidade de Porto Alegre.

E eu vejo, no nosso Prefeito Fogaça, uma preocupação muito grande quanto a isso, porque, dos candidatos a Prefeito de Porto Alegre, ele foi o que mais se expôs quando disse o que teria de ser feito e de que maneira teria de ser feito.

Eu acredito que há dois programas muito bons para atingirmos esses objetivos: Governança Solidária - marca da atual Prefeitura de Porto Alegre - e o cooperativismo. Os dois são bons, mas eu imagino que, com os dois, unidos, de repente possamos fazer uma coisa embrionária que atenda com mais velocidade esse anseio da nossa Cidade. O que é? É quase a mesma coisa, só que o cooperativismo tem fórmulas definidas, tem fórmulas universais, leis federais para ser administrado. E a solidariedade faz parte do cooperativismo, é buscarmos ajuda, participação de todos. As pessoas que moram naquela área são as mesmos que, futuramente, precisarão também providenciar um lugar ao sol para os seus filhos, para os seus netos, dando a eles ao menos a auto-estima, a cidadania ao terem a casa própria.

Esse é um desafio para todas as cidades; é um desafio para Porto Alegre. E eu tenho a certeza de que a próxima Administração do nosso Prefeito Fogaça haverá de ter, como teve no primeiro mandato dele, 33 milhões de reais para o cooperativismo, Ver. Bernardino! Que isso continue, porque há a necessidade de aumentarmos esse socorro àqueles que mais necessitam da casa própria, e, portanto, com cidadania e com auto-estima, poderemos formar o cidadão de maneira que ele não fique à mercê do tráfico, da bandidagem, dos crimes que, neste País, enfrentamos hoje.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite uma aparte? (Assentimento do orador.) Ver. José Ismael, eu estava assistindo com atenção ao seu discurso, e, realmente, a casa própria é a primeira coisa que um cidadão pensa para a sua família. E eu sempre costumo dizer que V. Exª é um homem que defende o cooperativismo; V. Exª é um sabedor desse assunto. E tenha certeza absoluta de que V. Exª terá o apoio deste Vereador também.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Muito obrigado, Ver. Alceu Brasinha. Quero dizer que nós temos muitos percalços pela frente, Ver. João Antonio Dib. O primeiro é acelerar projetos para buscarmos recursos da Caixa Econômica Federal - é um objetivo; e o segundo mais importante é facilitarmos o acesso da população aos financiamentos a fundo perdido, que hoje existem, só que o ingresso daquela população mais necessitada, Ver. Ervino Besson, ficou obstaculizado por um simples SPC.

Vamos dar casa social para esse povo! Agora, se ele está no SPC, a garantia é a casa, e não é por que, de repente, ele tenha usado mal o telefone, que ele tem ser marginalizado na recuperação da sua cidadania. Muito obrigado, Sr. Presidente, nobres Vereadores, cidadãos que me escutam neste momento.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Mauro Zacher.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Vereadoras; senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e no Canal 16 da TVCâmara, eu queria agradecer todos. Agradeço o meu querido colega, Ver. Mauro Zacher, pela cedência do seu tempo.

No último final de semana, deu-se a abertura da 24ª Festa do Pêssego, na Vila Nova; 17ª Festa Estadual do Pêssego. Tivemos a presença do ilustre Prefeito em exercício, o Dr. Eliseu Santos, na abertura; do Presidente desta Casa, o Ver. Sebastião Melo, e de outros Vereadores.

Eu quero registrar aqui, mais uma vez, a importância desse evento. O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Porto Alegre, Cléber Vieira, no seu pronunciamento, falou, com toda a clareza, que o Governo atual deu incentivo aos produtores, doando 33 mudas de frutas, que já estão produzindo, e, em contrapartida, cada produtor terá de fazer a doação de um quilo de frutas para creches ou instituições que, de fato, necessitem. E mais: o presidente destacou esse incentivo do Governo e também o apoio que tem recebido aqui da Câmara Municipal de Porto Alegre. Vários produtores haviam desistido de trabalhar nas suas áreas produtivas, porque perderam a vontade de produzir, pois não existia um incentivo do Governo e das Secretarias, que deveriam dar condições para que eles pudessem vender a sua produção de uma forma mais tranqüila e tivessem um retorno satisfatório para investirem em suas áreas produtivas. Isso aconteceu, e muitos deles, minha querida Verª Neuza Canabarro, retornaram à sua área produtiva. Quero dizer aqui, com todas as letras, que esse trabalho teve início com o nosso querido Alceu de Deus Collares, que sempre apoiou aquela área produtiva, sempre deu o incentivo que, de fato, aqueles produtores mereciam.

Também o Prefeito, no uso de sua fala, disse que, na Prefeitura, a licitação já está pronta; nos próximos dias, virá a público, e, no próximo ano, teremos lá um centro de eventos. Que bom! Mais uma vitória para a nossa Cidade, para os nossos produtores. Ali as pessoas terão um local para vender os seus produtos, e outras feiras também poderão ser feitas ali, na área produtiva daquele - graças a Deus - cinturão verde da Zona Sul de Porto Alegre.

E queremos falar também sobre o reconhecimento aos nossos produtores, porque, se nós temos um cinturão verde altamente produtivo conservação do meio ambiente e da mata nativa, é graças aos nossos produtores.

Portanto, meu querido Presidente, acho que é um dia muito rico em assuntos, porque, além de nós termos essa extraordinária Feira do Livro, que eu acho que é a maior feira da América Latina, também agora, durante mais dois fins de semana - dias 15, 16, 20 e 23 -, nós temos a Festa do Pêssego. Fica aqui, mais uma vez, o convite às pessoas que nos assistem pelo Canal 16, para que visitem a Festa do Pêssego. Lá, a pessoa vai comprar produtos de excelente qualidade, produzidos aqui na nossa região, o que não deixa de ser um incentivo aos nossos produtores, porque esses recursos, como eu já disse, serão aplicados, sim, na área produtiva.

Fica aqui esse convite. O nosso querido Presidente, o Ver. Sebastião Melo, já esteve lá presente. O nosso produtor quer tão pouco, ele quer a presença das pessoas e um local apropriado para vender o seu produto. Graças a Deus, isso está acontecendo com o apoio da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Também reconhecemos o trabalho da SMIC. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maristela Meneghetti está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

Srs. Vereadores, a nossa Relações-Públicas já deve ter informado - eu apenas quero reforçar - que, na quarta-feira, no Plenário Ana Terra, conhecido como Plenarinho, a Casa estará realizando, durante a manhã, um bate-papo com os articulistas políticos de todos os jornais da nossa Capital. Pelo jornal Correio do Povo, estarão aqui o Telmo Flor, que é Diretor de Redação, e a Taline Oppitz, colunista. Pela Casa, estará o setorista Gerson Anzulin; pela Zero Hora, estarão a Rosane Oliveira, o Alexandre Bach e o André Machado; pela RBS, estará presente o Raul Costa Júnior. O terceiro painel terá a participação de Renato Martins, que é Diretor da Rádio e TV Bandeirantes; Fernando Albrecht, colunista e articulista do Jornal do Comércio; Flávio Pereira, colunista do jornal O Sul e apresentador da Rádio e TV Pampa. Os mediadores serão os jornalistas Hélio Panzenhagen e Amando Burd. Estamos aguardando também outros colegas que foram convidados. Acho que é importante que os Vereadores que quiserem possam participar, especialmente as suas assessorias de imprensa, porque a finalidade é uma só: qualificar a relação da Câmara com a Imprensa. Acho que é uma grande oportunidade de ouvir quem produz a notícia e fazer essa inteiração direta. Quero fazer um apelo aos Srs. Vereadores para que estejam presentes; acho que haverá ricos painéis comandados por esses jornalistas. Agradeço a atenção.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebastião Melo; saúdo os nobres Vereadores e Vereadoras, o público que está aqui presente e os que nos acompanham pelo Canal 16.

Porto Alegre possui, aproximadamente, um milhão e 400 mil pessoas, 40% desses cidadãos possuem plano de saúde - o que envolve mais de 560 mil pessoas. Os demais são cidadãos que utilizam os serviços do SUS - Sistema Único de Saúde. Vejam os senhores o que acontece na cidade de Porto Alegre: há cerca de 160, 170 serviços de Saúde, envolvendo os hospitais públicos e filantrópicos mais as Unidades de Saúde e as Unidades de Saúde conveniadas. Se nós observarmos, todas as emergências estão lotadas. Nós estamos num período em que se aproxima o verão, mas imaginem os senhores e as senhoras o que seria da nossa Cidade num período de inverno.

Recentemente, nós ouvimos, nesse período que chamamos eleitoral, propostas mirabolantes, mas muito mirabolantes. Passada a eleição, parece que as pessoas não adoecem mais, porque não se fala mais em Saúde, não se fala mais nos serviços essenciais da Cidade, como Segurança e assim por diante. A cada dia, é um assalto, um jovem que perde a vida, mas, lá na ponta, aqueles que acolhem esses cidadãos que tiveram um imprevisto não têm o aporte do Poder Público para salvar vidas humanas. Eu falo isso, porque tenho visitado muitas Unidades de Saúde, muitos hospitais, e percebo que todos eles, todo santo dia, estão lotados. E não há nenhuma ação governamental para aumentar o número de cotas, seja nas internações, nos exames ou nas consultas; nem mesmo há um concurso público para poder ampliar o número de trabalhadores da Saúde e qualificar o serviço. Não!

No período eleitoral, falou-se muito em aumentar as equipes de Saúde da Família: das atuais 80 para 250 equipes. Estamos no mês de novembro, a Peça Orçamentária está nesta Casa, e não há uma Emenda, uma ação concreta para que, de fato, aconteça, a partir do próximo ano, o aumento dessa equipes de Saúde. É por isso que o povo, que está aí do outro lado da telinha, que está aqui presente, fica indignado com a política. Porque é preciso ter coerência, respeito pelo cidadão, e muitos, infelizmente, não têm. E muitos de nós, que enfrentamos essas eleições, ouvimos, presenciamos o clamor, o pedido da população, para que haja uma ampliação e que seja dado retorno dos impostos que nós pagamos, que o cidadão paga; os impostos do quilo de açúcar que você paga, do cafezinho que você toma e assim por diante. E esse retorno dos impostos não está havendo, esse cidadão está sendo lesado, pois, na frente da sua casa, o seu poste de luz está com a lâmpada apagada; na frente da sua casa, não passa um brigadiano, porque, segundo a Governadora, o Governo do Estado não tem recursos para aumentar o número de efetivos da Segurança ou da Brigada.

Assim, os anos vão passando, as pessoas vão perdendo suas vidas, e nós estamos aqui discutindo para quem? Fazendo um clamor a quem? É por isso que, nesta tribuna, este microfone tem que ser utilizado como um sinal de protesto, de indignação por aquele cidadão que está ali do outro lado, indignado como nós, que vamos todos os dias conversar com ele e que ficamos também pasmados com as promessas que acontecem no período eleitoral. Mas, agora, depois das eleições, dá a impressão de que a grande preocupação é fechar as contas do ano com superávit, esquecendo dos serviços que estão ali na porta da sua casa, ou na porta dos taxistas que aqui estão, que podem prestar um socorro ou fazer aquilo que é devido: lutar em defesa da vida. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós tivemos, na sexta-feira, nesta Casa, coordenado pela nossa Escola da Câmara de Vereadores, que leva o nome de Julieta Battistioli, um Seminário sobre a Constituição Federal. Esta Casa realmente estava à altura da Casa do Povo. Nós tivemos um aprofundamento sobre a Constituição, com grandes oradores, com legisladores, com desembargadores. Aqui também esteve o nosso ex-Governador Olívio Dutra, os nossos ex-Vereadores desta Casa, que hoje estão em Brasília, o que muito dignifica o trabalho que nós vimos exercendo na consumação, na cristalização da democracia. Foi um momento ímpar, quando pudemos ouvir muito a respeito do papel que estamos desempenhando como Legisladores e a respeito do quanto, muitas vezes, nós ainda falhamos quando não aprofundamos os pontos de vista, quando as corporações são maiores que a questão laica ou quando a questão é o espírito democrático. Quando a Igreja, quando a visão de um clube de futebol ou de qualquer corporação está acima do bem-estar da Cidade, nós sentimos que a Casa não evolui.

E uma reflexão: lamento que a grande maioria dos Vereadores não estivesse presente, mas, com certeza, não puderam comparecer por outros afazeres. Quando nós não temos tempo para aprofundar a filosofia, de fato, a gente cai no senso comum, e qualquer pressão faz com que nós votemos, nesta Casa, qualquer lei, sem uma reflexão mais profunda, e os lóbis, muitas vezes - não todos -, se tornam maiores do que o próprio interesse de toda a comunidade de Porto Alegre.

Eu quero parabenizar esta Casa por essa iniciativa; que possamos ter outros eventos como esse, que só vêm trazer a grandeza que todos nós merecemos e o aprofundamento necessário.

Agora eu quero aprofundar um pouco o tema do nosso transporte coletivo. No mundo inteiro, ou nos países desenvolvidos, em especial na Europa, vêm aprofundando cada vez mais a questão da qualidade do transporte coletivo. Nós, em Porto Alegre, estamos andando numa marcha à ré. E qual é a marcha à ré, objetivamente falando? Se nós olharmos os corredores de ônibus, hoje, nós veremos sucatas. Se nós olharmos a qualidade dos nossos ônibus, hoje, veremos que ela não condiz com todo o trabalho que foi iniciado, com a intervenção do nosso transporte coletivo, em 1989.

Senhoras e senhores, nós temos de ficar atentos, por quê? O Prefeito Fogaça não abre mão de querer colocar em prática um sistema arcaico que não condiz com a nossa realidade - os Portais. Nós temos que estar unificados nessa visão. O Prefeito Fogaça, quando pensa na questão do transporte coletivo, querendo colocar a proposta dos Portais, na verdade está querendo fazer uma grande articulação de shopping centers - aliás, são três shopping centers. Agora imaginem, senhores e as senhoras, a população empobrecida desta Cidade, chegando aos terminais e indo aos shopping centers, aos supermercados, com o poder aquisitivo que tem, com o mundo vivendo uma das maiores crises após a de 1920, e nós querendo, aqui em Porto Alegre, colocar um sistema absolutamente fora de propósito, fora da realidade, e que visa apenas a um viés econômico.

Se depender desta Vereadora, que acha, sim, que nós temos problemas sérios na Av. Salgado Filho, no “x” da Rodoviária, vamos fazer, junto com muitas outras pessoas, uma campanha contra a instalação dos Portais aqui. E essa Secretaria, ou esse Departamento, que “não existe”? O Secretário Senna “não existe” na cidade de Porto Alegre! Ele não chega até nós! Nós não temos acesso, e, quando ele vai até as comunidades, vai numa prepotência mascarada de gentleman, que não condiz a um gestor público que está, ou deveria estar, a serviço da população de Porto Alegre. O Secretário Senna desrespeita a inteligência da população de Porto Alegre. O Secretário Senna tem que se dar conta de que o Prefeito é quem foi reeleito. Mas eu acredito na sensibilidade do Prefeito Fogaça em não deixar que ele fique, porque ele é um desastre, porque ele não é bom, porque ele faz mal, porque ele não cuida dos idosos, não presta atenção nos conflitos que existem nas periferias, com crianças e adolescentes que hoje apedrejam os ônibus. E nós, que estamos na ponta, temos que estar gerenciando esse problema.

Portanto, Sr. Presidente, V. Exª, que faz parte da base do Governo - bem como o Ver. Garcia - e que tem peso nas decisões do futuro Secretariado, deve se dar conta de que aqui não há mais um papel de oposição, porque as eleições já terminaram, de que esse Secretário não pode permanecer porque está sempre viajando e não olha para a população de Porto Alegre. Nós, nesse aspecto, estamos profundamente abandonados! Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 7479/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 237/07, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que institui a Semana Cultural das Bandas Marciais, a ser realizada anualmente, na quarta semana de novembro, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências. Com Emendas nos 01 e 02 ao Projeto. Com Substitutivo nº 01. Com Emendas nos 02 e 03 ao Substitutivo nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e das Emendas nos01 e 02 ao Projeto e pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Substitutivo nº 01 e das Emendas nos 02 e 03 ao Substitutivo nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Substitutivo nº 01 e das Emendas nos 02 e 03 ao Substitutivo nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Substitutivo nº 01 e das Emendas nos 02 e 03 ao Substitutivonº 01.

 

Observações:

- retirada a Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01;

- prejudicada a votação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02 ao Projeto, nos termos do art. 56 do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 05-11-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 237/07 e o Substitutivo nº 01. (Pausa) Em votação o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 237/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 01 do PLL nº 237/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 03 ao Substitutivo nº 01 do PLL nº 237/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4350/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 024/06, de autoria do Ver. Professor Garcia, que altera o inciso IX do art. 18 da Lei Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975, e alterações posteriores, que institui posturas para o Município de Porto Alegre, acrescentando a proibição do uso de correntes ou artefatos de proteção nos canteiros centrais das vias públicas e nos equipamentos públicos a que se refere a Lei Complementar nº 136, de 22 de julho de 1986, e alterações posteriores.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto (empatado);

- da COSMAM. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 08-08-07.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLCL nº 024/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1190/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 024/07, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui, no Município de Porto Alegre, a Feira de Artesanato, Artes Culinárias e Economia Solidária – Feira do Partenon –, determina substituição anual de seus expositores, na ordem de 15% (quinze por cento) do total de boxes existentes, institui e determina a formação de sua Comissão Administrativa e dá outras providências. Emendas nos 01 e 02.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02.

 

Observações:

- adiada a votação por duas Sessões;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 10-11-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o PLL nº 024/07. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 024/07.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Saudações ao nosso Presidente, Ver. Sebastião Melo; aos nobres Vereadores e Vereadoras. Este Projeto já veio para votação outras vezes, eu até nem iria falar para poder discuti-lo, até porque é um Projeto simples, e os senhores poderão observar isso no corpo do Projeto: “Institui, no Município de Porto Alegre, a Feira de Artesanato, Artes Culinárias e Economia Solidária - Feira do Partenon -, determina substituição anual de seus expositores, na ordem de 15% (quinze por cento) do total de boxes existentes, institui e determina a formação de sua Comissão Administrativa e dá outras providências”.

Como ocorre em todas as comunidades, existem as pessoas que estão desempregadas, as pessoas que estão aposentadas, e os seus salários não são suficientes para o sustento da família, então eles passam a utilizar o artesanato, as artes plásticas e a culinária. Nós observamos que a maior parte dos briques da nossa Cidade é exatamente constituída desses cidadãos que trabalham na economia solidária: artes plásticas, culinária e artesanato. Essas feiras são exemplos de inúmeras outras que existem em todos os bairros da Cidade, e, geralmente, funcionam aos sábados e domingos. Por isso eu pedi o apoio do nosso Líder do Governo, Ver. Professor Garcia, para que faça a interlocução com o Executivo no sentido de podermos, então, fazer o regramento posterior, na hora da regulamentação da Feira.

É nesse sentido que eu tenho certeza de que os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras não irão se opor a uma iniciativa deste Parlamento, que vai ao encontro daqueles cidadãos que precisam ter uma renda para agregar ao seu salário - há os que também não possuem salário -, para o sustento de suas famílias. Eu tenho certeza absoluta de que, como a maioria das outras feiras, nós vamos aprovar mais uma, que é denominada a “Feira do Partenon”. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 024/07.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, nós havíamos encaminhado a matéria para a análise da Assessoria Jurídica da SMIC, e eles fizeram uma série de considerandos. Eu só queria dizer ao Ver. Aldacir Oliboni que eles se referem ao problema de como fazer a regulamentação, Ver. Aldacir Oliboni, mas que, ao Executivo, por fim, cabe incluir o dispositivo com a previsão da regulamentação da lei. Face ao exposto, respeitadas as ressalvas - que eles colocam aqui -, eles são pela aprovação do Projeto. Só quero destacar que há essas ressalvas que V. Exª já fez por meio das Emendas. Então, o Executivo é pela aprovação do Projeto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o PLL nº 024/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 024/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 024/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4000/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 167/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que altera o inc. III do art. 4º da Lei nº 10.377, de 1º de fevereiro de 2008, determinando que conste em decreto a vigência do quilômetro rodado II durante as 24 (vinte e quatro) horas dos dias do mês de dezembro.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 05-11-08, por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 167/08. (Pausa.) O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLL nº 167/08.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores taxistas aqui presentes, tentamos conversar com a Verª Maria Luiza, e vou ler o Parecer técnico da Assessoria Jurídica da EPTC ao PLL nº 167/08 (Lê.): “A justificativa de que os permissionários não possuem 13ª salário para arcar com despesas extras como: aferição anual do taxímetro, taxa rodoviária única, seguro obrigatório, imposto sindical, além da revisão geral do veículo, como pneus, câmaras e freios, é descabida. O permissionário nunca teve 13º salário, assim como inúmeros trabalhadores autônomos, percebendo, no entanto, outras vantagens peculiares a sua atividade”. Então quero fazer este relato em relação às considerações das leis do trabalho: o trabalhador autônomo, no nosso País, não tem o 13º salário, e aqui foi vinculada uma questão de ter o 13º salário.

Eu vou ler o que é colocado na tarifa dos senhores quando é feito o cálculo (Lê.): “Quanto à manutenção, salientamos que, atualmente, a tarifa é reajustada pelo IGP-M...”

Eu quero aqui lembrar que o IGP-M deste ano está previsto por volta de 12%, enquanto todos os contratos que o Município realiza são pelo IPCA, que chega a 5,5% a 6%. Todo o funcionalismo público Municipal recebe pelo IPCA; no entanto, os taxistas, pelo IGP-M. Foi um acordo, e acordo é para ser cumprido.

(Lê.): “... evitando-se, assim, perdas aos permissionários. Ainda cabe apontar que o cálculo inicial da tarifa, previsto na Lei nº 10.377/08, no valor R$ 3,10 (três reais e dez centavos), foi elaborado com base na Lei nº 8.804/01, que previa todos os custos a serem verificados...”

Esses custos são as despesas extras, como aferição anual ao taxímetro, Taxa Rodoviária Única, seguro obrigatório, imposto sindical, além da revisão dos componentes do veículo, como pneus, câmaras e freios, ou seja, o reajuste pelo IGP-M contemplou todas as necessidades da categoria.

(Lê.): “... Aqui, é necessário ponderar que poucas categorias possuem o benefício de ter o seu serviço corrigido pelo IGP-M, com a garantia de não terem perdas, pois a periodicidade do reajuste da tarifa do táxi atualmente é de, no mínimo, 12 meses...”

Ou seja, se a inflação for 7 ou 8% e o IGP-M for 15%, o reajuste será 15%. (Lê.): “... Ademais, a Lei nº 10.377/08 já guindou aos permissionários um benefício que vige durante todo o ano, quando da extinção das bandeiras 3 e 4, acrescentando, à bandeira 2, 30% em relação à bandeira 1. [Então, quer dizer que, este ano, já houve um acréscimo.] Cabe lembrar, também, que a utilização das bandeiras são determinadas de acordo com as características do serviço, já estando contempladas as diversas situações que ocorrem durante a sua prestação durante o ano, estando incluídos todos os fatores que contribuem para o cálculo da tarifa. Assim sendo, aprovar o presente Projeto seria beneficiar duplamente a categoria [que já ganhou as alterações da bandeira.] em detrimento dos usuários.” Mediante isso, somos pela rejeição do referido Projeto. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Luiza está com a palavra para discutir o PLL nº 167/08.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Ao cumprimentar o nosso Presidente, Ver. Sebastião Melo, cumprimento todos os Vereadores, Vereadoras, o nosso público aqui presente, os nossos taxistas, os nossos telespectadores que nos acompanham.

Eu quero ocupar este espaço da tribuna para dizer a vocês que, nos primeiros meses que eu assumi na Câmara, a primeira visita institucional que eu realizei foi junto ao Sindicato dos Taxistas, porque essa categoria tem me preocupado muito. A questão da bandeira 2 não é nenhuma proposta inédita no nosso País, é uma proposta que aqui, na Capital gaúcha, vem sendo reivindicada há nada menos do que 25 anos. Então, com o intuito de trazer a discussão para esta Casa, eu apresentei o Projeto, protocolei, e nós simplesmente não pudemos votá-lo no final do ano, porque havia um Projeto do Executivo, e a categoria entendeu que era, naquele momento, necessário priorizar a proposta trazida pelo Executivo. Em momento algum me foi solicitado que fizéssemos a retirada do Projeto. Com isso, o adequamos, na virada do ano, e o colocamos em tramitação. O Projeto passou pelas duas Comissões da Casa, e nós solicitamos o art. 81.

Eu quero aproveitar a oportunidade para esclarecer a todos que a apresentação desse Projeto não é, em hipótese alguma, uma proposta demagógica. Tive, sim, a coragem e a ousadia de proporcionar à categoria dos taxistas a instância de discussão e votação de uma antiga reivindicação, e essa alternativa passa, sim, por esta Casa Legislativa. Logo, eu quero, mais uma vez, reafirmar que a bandeira 2I, no mês de dezembro, irá colaborar com a forma que os permissionários têm, no mês de dezembro, de poderem agregar mais um valor ao seu salário e contribuindo, assim, com várias despesas extras que ocorrem no mês de dezembro com a categoria.

Ao passarem pela vistoria, os veículos devem apresentar todos os critérios exigidos para garantir a segurança dos usuários e, com isso, reduzirem a incidência de acidentes de trânsito.

Também não podemos tirar o mérito que a profissão exige, pois somos todos sabedores dos riscos constantes que os profissionais sofrem com o aumento da violência urbana e com os assaltos a que, seguidamente, são submetidos. Temos de levar em conta toda a responsabilidade e o estresse que o trânsito proporciona.

Nesse sentido e diante das considerações, a proposta não prejudicará o usuário de táxi, já que a utilização da 2 significa um acréscimo de 22% sobre o valor de cada corrida, pois o valor da bandeirada (partida do taxímetro) é sempre o mesmo - R$ 3,10. O passageiro - um exemplo que nós podemos trazer aqui - que paga - com a bandeira 1 - R$ 12,40 por uma corrida de seis quilômetros vai pagar R$ 15,16 pela mesma corrida com a bandeira 2.

A proposta, ora apresentada para discussão e votação, não é inédita, como eu disse anteriormente, pois, em diversas capitais brasileiras, a categoria dos taxistas já é contemplada, Ver. Garcia, com esse direito. Podemos citar algumas cidades, como Fortaleza, Rio de Janeiro, Brasília, Natal, Palmas, entre outras, e, neste momento, também tramita, em São Paulo, o Projeto de Lei que versa sobre o mesmo tema que estamos hoje, aqui no Legislativo, discutindo.

Logo, cabe a nós, Legisladores, trazermos para este Plenário a discussão dessa matéria. Não teria alternativa para uma reivindicação tão antiga desta classe. Eu peço aqui a colaboração, a atenção de cada Parlamentar, para que a gente possa fazer a apropriada discussão e a votação do tema. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir o PLL n° 167/08.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o pleito dos taxistas é absolutamente legítimo. Na justificativa do Projeto da Verª Maria Luiza, percebe-se que os taxistas alegam que estão tendo uma defasagem de custos, e isso torna o pleito dos taxistas absolutamente justo, porque ninguém é obrigado, e nem pode, a trabalhar com prejuízo; isso é verdadeiro. Porém, eu, como Vereador - a Bancada ainda está deliberando; inclusive está pedindo mais tempo para podermos avaliar com maior profundidade esse tema -, tenho sérias restrições a esse Projeto, porque, da forma como ele está, está equivocado.

Em primeiro lugar, há uma séria desconfiança de que esse Projeto tem vício de iniciativa, porque não compete, não é da atribuição do Vereador fazer esse tipo de Projeto. A Procuradoria da Casa saiu meio pela tangente, disse que é permitida a tramitação, o que não é a mesma coisa que dizer que o Projeto não tem vício. Eu acho que ele tem; há sérias desconfianças de que este Projeto tem vício de iniciativa, porque isso é competência do Prefeito, e não do Vereador.

Sobre o mérito, quero dizer que não precisamos ser experts em matéria de serviço de táxi, pois nós, como usuários, podemos observar isso em todo o sistema de transporte coletivo: há determinadas fases do dia, bem como dias da semana, em que a demanda oscila - ou é maior, ou é menor -, e a idéia da bandeira 2 é justamente para compensar aqueles períodos em que a demanda é mais escassa, seja durante a semana, seja nos finais de semana - esse foi o objetivo de instituir a bandeira 2 com um custo mais alto para o usuário.

O que se pretende aqui é que, justamente no mês de dezembro, quando não há escassez de demanda - pelo contrário, a demanda aumenta -, se coloque a bandeira 2, o que, nas palavras da própria autora, tem custo para o usuário; pode ser um custo menor, pode até alguém considerar que é um custo irrelevante, mas tem custo, porque, se ele pagava R$ 12 por uma corrida e vai pagar R$ 15, tem custo para o usuário. O argumento é o de que, no final do ano, no mês de dezembro, acumulam-se alguns custos para o permissionário. Quero dizer que, para o usuário, também, no final de ano, aumentam os custos e as dívidas.

Temos que pensar nisso também, mas acredito que, se está havendo esse problema com os permissionários, se eles estão tendo prejuízo, se está defasado o custo, é necessário que isso seja discutido globalmente; discutido com o Prefeito, ou seja, é necessário reformular a Lei como um todo. Nós não podemos fazer tudo aos pedaços: fazer um pedaço aqui, fazer um casuísmo ali, e aumentar bandeira 2 no mês de dezembro, e depois o problema continuar. Não podemos enfrentar os problemas dessa forma, aos pedaços, aos tropeços, de forma casuística, porque isso não vai resolver; Pode até, eventualmente, resolver naquele momento, mas vai criar problemas mais graves para o futuro, quando tivermos que rever isso como um todo.

Por essas razões, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é que eu acho que este Projeto não está bem elaborado para esta Casa votar da forma como ele está. Aliás, acho que este Projeto nem deveria ser discutido aqui. Este Projeto é sobre uma matéria que compete ao Executivo. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir o PLL nº 167/08.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhores e senhoras que nos acompanham nesta tarde, na realidade, creio, Verª Maria Luiza, que isso deveria ser discutido aqui, sim, porque esta é a Casa de leis, é uma Casa democrática, e o Projeto deve ser discutido, sim.

Eu não encaro isso, Verª Maria Luiza, como um 13º salário, como está sendo encarado; eu encaro isso como uma forma de compensação para quem coloca a sua vida em risco dia e noite nesta Cidade. (Palmas.) É uma compensação aos taxistas. Isso precisa ser muito bem avaliado. Da mesma forma como temos visto algumas pessoas defenderem muito uma posição contrária a este Projeto, Verª Maria Luzia, eu gostaria que, com tanta veemência como defendem o voto contra o seu Projeto, defendessem aqui os taxistas também, para que houvesse mais policiamento e maior segurança para eles no dia-a-dia da Cidade. (Palmas.) Por quê? Porque, senhoras e senhores, na realidade, não estamos tratando de 13º, simplesmente. Para mim, Ver. Professor Garcia, é uma compensação que está sendo dada a quem tem exposto sua vida todos os dias. Aí, vão querer comparar com outras profissões...

 

O Sr. Professor Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acho que V. Exª não leu a Justificativa. Na Justificativa, ela coloca 13º!

 

O SR. NILO SANTOS: Ver. Professor Garcia, V. Exª pode ver... Só um momento, Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; eu acho que eu tenho o direito de expor a minha idéia, a minha opinião aqui. Parece-me que esta tribuna é democrática. Eu respeitei até agora, meu Líder, Ver. Dr. Goulart.

Senhoras e senhores, outros profissionais podem tentar combater essa compensação, dizendo que também vão dobrar o valor da consulta, os médicos, por exemplo - eu respeito os médicos, nós temos o nosso Líder da Bancada, que é médico -, mas eles não estão com a vida exposta como o taxista está. Tem que haver essa diferenciação, Ver. Dr. Raul. Não, não estão! É noite e dia!

Eu sou favorável ao Projeto da Verª Maria Luiza; cumprimento-a pela iniciativa, e é nesta Casa que o Projeto tem que ser discutido. Respeito a opinião dos Vereadores que são contrários, e espero que respeitem também a opinião dos Vereadores que são favoráveis. E viva a democracia! Parabéns à Verª Maria Luiza. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLL nº 167/08.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu venho a esta tribuna também, porque tenho uma identificação muito grande com os taxistas. E mais ainda, porque eu sei das dificuldades pelas quais esses cidadãos passam. Sei o quanto é difícil sair de casa de manhã cedo para trabalhar, correndo o risco de sofrer todo tipo de assalto.

Acho justo, Verª Maria Luiza, conceder esse adicional para os taxistas no mês de dezembro, porque todo o mundo recebe, todo o mundo tem 13º. Chega um momento em que os taxistas querem levar a família para fazer compras e não têm nada disso. Então, eu quero dizer aos senhores taxistas que podem contar, desde agora, com o meu apoio, porque eu votarei favorável a vocês; podem ter certeza absoluta. (Palmas.)

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Alceu Brasinha, eu quero agradecer o aparte concedido por Vossa Excelência. Vamos trabalhar em cima de cálculos. Por exemplo, uma corrida de R$ 10 reais vai custar R$ 2,20 a mais. Nós sabemos que dezembro é um mês de festa, quando que as pessoas saem mais para jantar. E, além de usarem o táxi para se sentirem mais seguras ao saírem para uma festa, também o utilizam no momento de fazer compras. Eu acho que é um ganho. E este Projeto, além de trazer benefício para o taxista - que merece -, vai trazer muito mais benefício para os usuários. (Palmas.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Ervino Besson.

Os senhores imaginem o proprietário de uma empresa. Quando chega o mês de dezembro, o funcionário vai ganhar o 13º, já está contando com aquilo para fazer as suas compras, para fazer as suas festividades de final de ano.

Então, meus amigos, acho que nada mais justo do que conceder esse adicional aos taxistas. Obrigado! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLL nº 167/08.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e senhores, todos nós - eu não quero falar agora do Projeto - estamos expostos à insegurança; primeiro, pela irresponsabilidade dessa Governadora, que não aumentou o efetivo na Segurança Pública, que é um caos; e, segundo, pela monstruosidade que é o Comandante Mendes, pela forma com que ele trata qualquer movimento - inclusive o dos senhores que estão aqui. Se o Comandante Mendes estivesse hoje aqui, ele mandaria os senhores lá para o Anfiteatro Pôr-do-Sol, porque aqui não seria o local apropriado.

Então, não me venham com esse “papo”, Ver. Nilo - eu respeito a sua fala -, não venha com essa linha de que quem é a favor é “a coisa mais querida”, e quem não é a favor “não é homem de Deus”. Sabem como são essas histórias? Nós conhecemos bem.

Então, vamos com calma: esta é uma Casa laica, e aqui se ouve todos. Não se julga uma platéia por ela ser contra ou a favor.

Eu quero discutir o mérito para o conjunto de Porto Alegre. Em muitos projetos, eu votei junto com a categoria; tenho discordância em relação a este, porque não tenho claro ainda se isso é o melhor. Por isso estamos pedindo a retirada dele hoje e o seu adiamento por duas ou três Sessões, para que possamos discuti-lo melhor. É essa a proposta! Custa muito?

Não adianta aqui a questão de palmas ou não! Se não tivermos esse tipo de adiamento, neste momento, infelizmente, vou ter que votar contrariamente. Eu não gostaria, mas parece que há uma intransigência.

Eu sou uma Vereadora da Bancada, mas há outras pessoas que pensam como eu aqui. Sou usuária de táxi e vou continuar sendo. E a tudo aquilo que for justo, de imediato, também vou continuar votando favoravelmente. Fora isso, independentemente de voto, de aplausos ou não, vou manter a coerência em relação àquilo que acredito. E, neste momento, se não for solicitado o adiamento da votação deste Projeto, a Bancada do PCdoB votará contrariamente. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu solicito que o seu Requerimento seja materializado, por gentileza, por intermédio da Diretoria Legislativa. Tão logo chegue à Mesa, eu colocarei o seu Requerimento em votação, Vereadora.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 167/08.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Vereadores, Vereadoras, taxistas aqui presentes, o taxista, em Porto Alegre, desempenha um papel público, de relevância pública. A par da atividade-fim, o taxista tem contribuído como um agente da atividade turística, enfim; de resto, é um representante da Cidade.

Eu tenho uma larga experiência no assunto, conheço profundamente e lamento a divisão que houve no meio dos taxistas. E essa divisão, lamentavelmente, se reflete no Plenário, pois nós conduzimos aqui as mais complexas matérias de melhorias para a categoria dos taxistas de Porto Alegre. Eu carrego esta responsabilidade de ter provocado alterações, e muitas, na defesa do sistema, enfim, condições para, exatamente, dar um retorno a essa atividade importante, que é a atividade do taxista.

Verª Maria Luiza, nós deveríamos ter trabalhado melhor este Projeto para que ele tivesse êxito. Se depender do meu voto, ele terá êxito, mas nós deveríamos ter criado melhores condições. De qualquer forma, se nós compararmos os sistemas de táxi do Brasil, nós vamos ver que o táxi de Porto Alegre é um dos mais baratos do País; mas eu não quero caminhar por aí. Tem sido uma tradição do sistema em Porto Alegre de, no mês de dezembro, se estender condições para que o taxista tenha isso que se poderia denominar de outra forma - 13º salário, uma certa compensação.

Na realidade, vejam bem: o taxista é um trabalhador, ele tem a sua família, tem as suas vicissitudes, etc. O Ver. Zé Valdir questionou a legalidade. Eu poderia responder aqui, com tranqüilidade, que, sim, é competência do Vereador. Já fizemos matérias com relação a alterações na tarifa, e, no passado, já se questionou judicialmente isso. Não há problema! O Vereador pode, sim, é competente, sim, para fazer as alterações tarifárias, porque se trata de um serviço concedido, há uma permissão, é um serviço permissionário.

Então, penso que nós, Verª Maria Luiza, deveríamos - e fica a critério de V. Exª - lutar para não perdermos a oportunidade e, conseqüentemente, não avançarmos com essa aprovação. Agora, nós teríamos que ver, porque, normalmente, essas matérias - os taxistas mais antigos sabem -, nós sempre trabalhamos lá na categoria dos taxistas e aqui dentro da Casa; então, quando trazíamos a matéria para cá, a trazíamos já bem elaborada de maneira a não criar, vejam bem, um certo conflito entre o usuário e o permissionário. São matérias que devem ser bem conduzidas.

Volto a reiterar que lamento a divisão que houve no meio dos taxistas - e eles sabem do que estou falando, eles todos sabem -, porque isso tem refletido na Casa.

 

A Srª Maria Luiza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói Guimarães, agradeço pelo aparte. Eu gostaria de utilizar este breve minuto para esclarecer, Vereador, que existe um grande equívoco quando V. Exª diz que houve uma divisão. Não existe, Vereador! Eu quero corrigir isso. Não existe divisão na categoria. Nós temos aqui a representação da Associação dos Taxistas de Porto Alegre e do Sindicato dos Taxistas, que estão unânimes com referência a este Projeto, Vereador. O Projeto tramita desde o ano passado, e é consenso na categoria a aplicação da bandeira 2 no mês de dezembro, Vereador. Agradeço.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Agradeço o aparte de V. Exª Eu não estava dizendo que, entre os taxistas, exista um conflito com relação a esta matéria, não! O que houve, Verª Maria Luíza, historicamente, de um determinado tempo a esta data, e eu não vou entrar no mérito, é que nós tínhamos Sintapa e Sintaxi - eu não vou entrar no mérito, se deveria ou se não deveria, inclusive foi matéria decidida judicialmente. Nós tivemos, sim, uma divisão que, na minha opinião, não contou em favor do taxista de um modo geral. Eu não me coloco nem pelo Sintaxi nem pelo Sintapa, mas, historicamente, houve isso, e foi lamentável. Não é quanto ao Projeto! E essa divisão que houve refletiu dentro do plenário - era isso que eu gostaria de colocar. Então, fica aqui a manifestação, e quero dizer que acompanho o Projeto de Vossa Excelência. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Alceu Brasinha, o Requerimento de autoria da Verª Maristela Maffei, que solicita o adiamento da discussão do PLL nº 167/08 por uma Sessão. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 18 votos SIM e 09 votos NÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3629/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 149/08, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Milton de Oliveira Vieira.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Verª Margarete Moraes: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 05-11-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 149/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº 149/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 26 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3738/08 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 032/08, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que concede o Diploma Honra ao Mérito à Farmácia Drogamaster Ltda.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 06-10-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PR nº 032/08 (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Grande Expediente.

Solicito que o Ver. Ervino Besson assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Ervino Besson assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, como diria o Sr. Presidente: “Governa para a ‘banqueirada’ e três pontinhos”. Cinco bancos controlam 74% dos depósitos no Brasil. Parece que nós estamos na república mais capitalista; não parece que a esquerda está no Governo; este parece um governo de direita.

No dia de hoje, o conglomerado Itaú-Unibanco é o feliz proprietário de 575 bilhões de reais, enquanto a hegemonia dos bancos, durante muito tempo, no Brasil, durante toda a era republicana, ficou com o Banco do Brasil. Hoje um banco privado é o maior banco do País. E o que é muito importante: essa transação é feita durante a maior crise financeira mundial, isto é, está comprando “no barato” para, quando acabar a crise, ficar entre os dez maiores bancos do mundo!

E é muito interessante quando a Bancada do Partido dos Trabalhadores se manifesta de uma forma extremamente ávida, muitas vezes voraz e até agressiva, como foi agora a manifestação da esquerda, representada pela Verª Maristela Maffei, que falou “dessa” Governadora, como se a Professora Yeda Crusius, Governadora do Estado, não tivesse nome, e como se o Paulo Mendes fosse um bandido, como se nenhum motorista de táxi tivesse morrido durante os anos em que o Partido dos Trabalhadores foi Governo neste Estado. Nós sabemos que não é assim.

Por isso eu acho que este mesmo Governo do Presidente Lula, do qual vocês nunca ouviram a expressão “Orçamento Participativo”, está aqui: 74% dos depósitos do País, 74% de todo movimento financeiro do País pertence a um banco que se chama Itaú-Unibanco. A referência nacional, que era o Banco do Brasil, perdeu para um banco privado! E é muito interessante que isso esteja acontecendo na época da maior crise financeira da história.

Nós tivemos uma crise financeira em 1929, que foi chamada de Grande Depressão, essa mesma depressão que leva as sociedades todas não mais à paz, mas à disputa, à violência e inclusive à guerra. Podemos esperar tranqüilamente, ou melhor, intranqüilamente, muito proximamente, um conflito de proporções mundiais. E agora, conflitos de proporções mundiais não têm mais aquela “benesse” de só 60 milhões de pessoas mortas, como foi na 2ª Guerra; agora é um conflito atômico; é em nível de extinção da Terra; de extinção do planeta. Nós brincamos de economia e vemos que, nos próximos meses, as tarifas bancárias vão aumentar da forma mais estapafúrdia que existe. Os bancos são uma grande “bolha financeira”, estão cada vez mais concentrados, e a concentração de renda no País está cada vez maior. Se há um conglomerado na concentração dos bancos, o que se dirá agora que eles presidem o mercado brasileiro? O que se dirá de uma sociedade que vai ser presidida pela unificação, pela concentração de renda e por essa falsa visão de que o País vive hoje um clima de paraíso, onde está tudo bem, onde há dinheiro e felicidade para todo o mundo?

E, no entanto, há problemas gravíssimos no País, na área da Saúde. Há problemas nunca antes vistos: 82% dos nossos meninos brasileiros não conseguem ser alfabetizados, por causa de um processo educativo público absurdo, denunciado, à exaustão, pelos senadores brasileiros. Vemos que, atrás de tudo isso, há uma festa imensa dos banqueiros; há uma festa imensa do monetarismo; a produção está cada vez mais reticente, e as bolsas, que perderam 5,8 bilhões de dólares, farão com que a taxa do PIB vá para 3,5%! Nós vamos chegar a 3,5% do PIB, quando era previsto cinco e pouco por cento do PIB, segundo o Sr. Guido Mantega.

A projeção do PIB de outros países diminuiu, mas a do Brasil diminui assustadoramente! O FMI diz que os países ricos - os países ricos - entram em recessão agora, em 2009. Ora, meu Deus, se os países ricos entram em recessão, o que dirá este País frágil, este País que depende de uma economia volátil, de capital volátil externo? Porque, aqui, quando se faz qualquer obra, como a 3ª Perimetral ou qualquer outra obra, assim como o Plano de Saneamento de Porto Alegre, nós temos que buscar dinheiro fora, com os custos externos que serão onerados exatamente pela variação do dólar e, principalmente, por esse nosso desencanto, porque, há poucos dias, o dólar estava valendo R$ 1,50 e já vai chegar a R$ 2,50. Então, as nossas dívidas aumentarão, o nosso PIB diminuirá. Mas há uma pequena porção de brasileiros que fica morrendo de rir, com poses fotográficas fantásticas: os bancos Itaú e Unibanco, juntos, jovens banqueiros entre as 20 maiores fortunas da terra! Essa concentração é que nós esperávamos que fosse disseminada, que fosse espalhada, que fosse desconcentrada para todo o Brasil, como uma promessa de Governo, como uma promessa eleitoral; hoje nós vemos que, ao contrário, nós estamos, cada vez mais, concentrando a renda. Mais do que isso: nós estamos hoje num País cuja dependência do capital volátil mostra o quanto nós nos fragilizamos e o quanto estamos hoje amedrontados. A cada momento em que um Ministro vai para a televisão e diz que não é nada, que fiquem quietinhos, que continuem consumindo - não, não continuem consumindo -, ao contrário, nós estamos com indicadores gravíssimos de uma crise brasileira que não tem comparação; é uma das maiores crises por que o mundo está passando.

Hoje o Brasil faz parte do G-20, e hoje o Brasil é parte integrante não só das benesses, mas das conseqüências de pertencer a um grupo de países, que hoje está em recessão. Vamos partir, assustadoramente, para uma grande recessão, onde esse sintoma de concentração de renda vai aparecer, isto é, quem tem agora a “bolha financeira”, compra agora, vai comprar barato o banco. E quando esse banco barato estiver saindo desta crise, nos próximos anos, estará grassando a violência, a guerra, e, principalmente, a instabilidade mundial. Vocês se lembram muito bem do crack de 29, que deu origem à Guerra Civil Espanhola, que deu origem à 1ª Guerra. Em seguida, logo depois, nós tivemos a 2ª Guerra Mundial; lembrem das agruras, das torturas, das tragédias, do genocídio que foi. Isso está pairando como uma ameaça num país como o Brasil, numa época em que se precisa, fundamentalmente, de paz e de desconcentração de renda. Nós não sabemos, por isso, por que os Governos não têm a solução para a violência. Porque não há violência maior do que essa, Vereador (Mostra o jornal.) É essa a violência que torna uma sociedade absolutamente revoltada, e a única forma de protesto de uma sociedade é a violência; a única forma de se deprimir uma sociedade é se violentar, e a única forma de fazer violência no mundo, hoje, é a ameaça de guerra; essa guerra que está nos assustando, que está deixando a população mundial absolutamente intranqüila.

Vemos agora uma mudança de Presidente da República e também uma mudança de alguns critérios nazistas do presidente anterior, que, simplesmente, teve a coragem de provocar o maior genocídio - e nós vimos, pela televisão, às 8 horas da noite, o bombardeio do Iraque. Depois da 2ª Guerra Mundial, que foi a maior chacina da história da humanidade, nós já tivemos 23 novos genocídios, e as questões econômicas presidem essas guerras, como foi no Vietnã, como foram as questões da Coréia do Sul e do Norte, como foram as questões do Iraque, como foram as questões da Bósnia-Herzegovina, com, no mínimo, 50, 60, 70, 80 mil pessoas mortas, e esses genocídios vão-se repetindo até desembocarem na crise maior.

Se o socialismo se extinguiu, com a queda do Muro, e repúblicas como a União Soviética, como a Iugoslávia, se espatifaram em inúmeros e pequenos países, porque o cimento socialista que as unia desapareceu, temos, a seguir, agora, a humanidade assistindo a mais um fim da história, com a falência e, principalmente, com a decadência da estrutura capitalista.

Não sabemos o que virá pela frente, não sabemos o que será economicamente correto, não sabemos o que será politicamente correto, mas estamos num momento de grande apreensão mundial, em função da decadência e em função da débâcle mundial que representa a estrutura capitalista e a sua forma de agir, de hegemonia, não só pelo poder financeiro, mas pelo poder mundial, pela hegemonia, inclusive bélica. É isso que nos assusta, é isso que nos deixa consternados, e os indicadores dessa situação estão plasmados nas reações econômicas das bolsas mundiais e, a seguir, das constatações de mercado, com falência em efeito dominó.

E, agora, nós estamos presenciando, nessa fusão bancária brasileira, a consolidação de grandes capitais, que agora estão estáveis até as próximas semanas; depois vem o aumento das tarifas; depois vem a cobrança desse crescimento, e, por fim, o que é pior, além da cobrança desse crescimento, vem uma sociedade muito mais concentradora de renda, muito mais preconceituosa por isso, e muito mais violenta por isso.

Essa é, talvez, a inserção deste Brasil de direita, deste Brasil do Presidente Lula, radical de direita, com atitudes de direita, permitindo... E não há uma CAGE, não há um CADE, não há um conselho de administração no Brasil que impeça, inclusive, a fusão desses bancos que se transformam em estruturas macro no País? Existe, sim, mas eu acho que depende de vontade política, e a vontade política no Brasil, hoje, é o seguinte: cuidado que os lobos vestidos de ovelha mostram um capitalismo estatal, radical de direita, como nós tivemos no tempo do populismo. Muito cuidado, porque os indicadores estão ameaçadores, diariamente, nas páginas dos jornais, e, principalmente, na miséria da população.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. DR. GOULART: Ver. Ervino Besson, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. Beto Moesch começa a trabalhar com um assunto muito importante em Saúde, e já existe até a frase que vai chamar a atenção da nossa Cidade: “SOS Saúde, tem veneno no ar.” Vamos trabalhar a fumaça preta, toda a Cidade, junto com todos os Vereadores. O Ver. Beto Moesch lança isso aí, vamos trabalhar todos nós, principalmente os médicos e o nosso pneumologista, Ver. Claudio Sebenelo, que é médico de pulmão. Fumaça preta faz mal para o pulmão? Faz mal, está dizendo ele.

Então, meus queridos Vereadores, se aproxima uma nova legislatura, e - eu usei a frase do Ver. Beto Moesch para falar em Saúde -, entre todos os agravos da Cidade, a saúde tem certa prioridade, faz com que nós a discutamos primeiro, porque gestão é difícil a gente discutir, gestão é uma coisa subjetiva, mas Orçamento é uma coisa objetiva, que dá para a gente discutir bastante. Imaginem os senhores que a Saúde desta Cidade tem a plenitude no processo de municipalização. Se a Saúde tem plenitude no processo de municipalização, o que significa? Significa que todos os pontos de Saúde pública, todas as casas de Saúde pública deverão ser orientadas pelo Prefeito e pelo Secretário de Saúde. É isso que significa. Tanto faz ser municipal, estadual ou federal.

E aí, quais são os pontos federais? O Hospital Presidente Vargas não é mais, porque passou para o Município, foi municipalizado totalmente. Mas o Hospital Conceição é do Governo Federal - Ministério da Saúde. O Hospital de Clínicas é federal - é do Ministério da Educação. O Murialdo era do Estado, e nós temos aí, então, outras pontas que são conveniadas com o Município, são entidades privadas, filantrópicas; e temos os próprios do Município. Os próprios do Município geralmente tratam da saúde básica, da saúde inicial; já os hospitais filantrópicos conveniados e os hospitais próprios do Governo tratam do secundário e do terciário, e até do quaternário, como é o caso dos transplantes do Hospital Dom Vicente Scherer.

Para o que eu queria chamar a atenção? Eu queria chamar a atenção para o fato de que, no ano que vem, todos esses pontos de saúde reunidos juntarão, no fim de dezembro de 2009, 2 bilhões de reais - em torno de 1 bilhão de dólares -, por quê? Porque virão para o Hospital Conceição 680 milhões de reais; virão para o Hospital de Clínicas quase 400 milhões de reais; virão para a Prefeitura, vindo de Brasília, fundo a fundo, 400 milhões de reais; virão para os programas da Prefeitura - hipertensão, diabete, gestação na adolescência, enfim - perto de 300 milhões de reais. E a Prefeitura, por sua vez, tem colocado muito mais do que os 15% que a Lei manda, muito mais; vai botar outros 400 milhões de reais. Mas acontece que a Prefeitura não governa o Grupo Hospitalar Conceição, e nem o Hospital das Clínicas, porque eles são governados diretamente de Brasília; é o mandato de gestão, que eu acho que deveria ser consoante com o Município, com o Secretário da Saúde.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, V. Exª sabe tão bem quanto eu que nós corremos, em Porto Alegre, atrás da máquina. Nós temos 150 postos de saúde, grosseiramente, e precisamos de, no mínimo, entre 400 e 500. Nós temos 90 Programas de Saúde da Família, estamos precisando de mais de 400. Por quê? Porque a saúde tem que ser disseminada. Hoje, na cidade de Porto Alegre, esses hospitais que V. Exª mostra como faturamento oneram a conta de pagamento da Prefeitura em 80% do Orçamento todo. Então nós temos uma idéia “hospitalocêntrica” quando nós precisamos de uma idéia preventiva, por exemplo, que os postos de saúde, os Programas de Saúde da Família façam, eminentemente, prevenção. E aí então, nós vamos esvaziar esses hospitais e diminuir. Isso não é uma coisa muito importante, aqui na Cidade de Porto Alegre, porque há uma hegemonia dos hospitais. E o que é pior, isso é quase que irreversível atualmente. Gostaríamos de fazer algumas discussões, por exemplo: por que, na Cidade de Porto Alegre, não se faz a vacina contra hemófilos, a vacina contra pneumococos, esvaziando pelo menos a metade dos Hospitais durante o inverno? Há tantas outras formas de prevenção que não são feitas, há tantas outras denúncias que nós já fizemos, há tantas outras especialidades onde a presença é da cura, e não da prevenção.

Eu queria agradecer o seu aparte e dizer que, realmente, V. Exª tem integral razão, esse dinheiro fica todo no terciário, e nós precisamos, desesperadamente - antes do primário, secundário e terciário -, da prevenção. Prevenção! A ordem é prevenir. Essa é a contribuição que eu gostaria de dar ao seu pronunciamento.

 

O SR. DR. GOULART: Muito obrigado. Então vocês vêem que dois bilhões de reais precisam ser adequadamente estudados entre as instituições federais - a estadual já está passando para o Município o São José do Murialdo - e os pontos municipais.

O Ver. Brasinha me mostrou, hoje, o Editorial do Pontal do Estaleiro, que o deixou preocupado.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Antes que V. Exª, talvez, entre no próximo tema, Ver. Goulart, em relação à Saúde, quero parabenizar também a participação do Ver. Sebenelo, porque nós sempre debatemos muito isso, Ver. Goulart, e aprendo muito, com relação ao SUS, com Vossa Excelência, que diz que a prevenção e a promoção da saúde são prioritárias na política de Saúde do País. Lamentavelmente, continuamos, sem nos dar conta do imaginário coletivo, quando falamos de Saúde, Sr. Presidente, vinculando tudo a medicamentos, postos de saúde e hospitais, enquanto que a verdadeira saúde se dá antes, com educação, com higiene, com saneamento básico e controle de todas as formas de poluição. Apenas para agregar ao seu pronunciamento. Muito obrigado.

 

O SR. DR. GOULART: Para ratificar o que disse o Ver. Beto Moesch, por exemplo, uma mulher com estudo universitário tem um ou dois filhos; uma mulher sem estudo nenhum tem seis, sete, oito filhos, mostrando que a educação e a cultura propiciam um melhor momento de saúde.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu não pude deixar de fazer um aparte, para, mais uma vez, pedir a sua parceria efetiva nesta questão que tanto venho defendendo nesta Casa, que é o planejamento familiar, para que nós possamos criar, nesta próxima gestão, efetivamente, o que já é lei, o Centro de Planejamento Familiar de Porto Alegre, para orientar, educar e proporcionar os métodos necessários para que haja um planejamento familiar; que as pessoas tenham os filhos que podem e que querem ter, mas não aqueles que irão sofrer na nossa sociedade.

 

O SR. DR. GOULART: Obrigado. Queria cumprimentá-lo, também, por esta preocupação; foi o que pautou o seu mandato, que é muito importante, estaremos do seu lado.

O que acontece? O Editorial demoniza o pensamento das pessoas. As pessoas têm um tipo de pensar; outras pessoas têm outro tipo de pensar, e, aí, o Editorial do jornal Correio do Povo resolve demonizar quem pensa a favor do Projeto do Estaleiro, como se nós não vivêssemos num lugar democrático, como se nós não vivêssemos num lugar onde cada um pode expressar o que pensa. E eu digo que demonizou, porque falou, inclusive, da baixa moral, da baixa ética; fez um monte de ofensas desnecessárias, porque alguns Vereadores desta Casa pensam que o Projeto Pontal do Estaleiro é um bom negócio, é uma boa coisa para a Cidade. Eles endemonizam, falando mal dos Vereadores. Não poderia ser assim. Eles que coloquem o parecer deles e parem de querer falar mal dos Vereadores, porque os Vereadores têm que ter posição, ou os Vereadores são meros carneirinhos que não pensam e não ratificam o seu pensamento?!

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, quero, também, chegar neste tema, porque eu estava lendo e fiquei chateado. Eu tenho livre e espontânea vontade de votar o que é melhor para a Cidade, porque eu quero o crescimento de Porto Alegre. Eu não quero que Porto Alegre regrida, eu quero que Porto Alegre avance, e avance com toda a vontade para, daqui a pouco, estar na ponta das melhores cidades no turismo. E, certamente, o Pontal do Estaleiro terá uma visibilidade tão boa para as pessoas irem passear com segurança total, na beira do Guaíba. Eu quero que alguém aponte um lugar seguro para se chegar às 11 horas da noite, com a sua família, sentar e tomar um chimarrão, lá na beira do Guaíba. Não tem. E, agora, vem o Pontal do Estaleiro, dando esse privilégio para Porto Alegre construir um negócio fantástico. Nós só vemos isso na Bahia, no Rio, em outros locais. Lá as pessoas tiram fotos, ficam emocionados com a estrutura, e aqui não querem. Por quê? Por que é difícil aqui? Por dois anos e meio, o Projeto tramitou no Executivo. Aqui nesta Casa, já vai para oito meses, e ainda acham que é pouco discutirem por três anos e três meses?

 

O SR. DR. GOULART: E depois, o importante, Ver. Brasinha, foi o que disse a engenheira que aqui esteve, na Audiência, junto com o Secretário: toda essa matéria volta novamente para ser toda estudada e reestudada pela Cauge e pelas outras organizações; não existe irresponsabilidade nenhuma. Eu acho que o Editorial foi afoito, foi na conversa ideológica de algumas pessoas que deram a informação.

 

O Sr. Alceu Brasinha: Ver. Humberto Goulart, eu acho que foi uma falha deles, eles devem até pensar e recorrer novamente, porque não é isso que os Vereadores aqui desta Casa pensam; há vários Vereadores que são favoráveis, há outros que não, mas a gente tem que respeitar a opinião de todos os Vereadores.

Eu respeito a opinião do Ver. Beto Moesch, da Verª Margarete Moraes, de todos, mas só tem um detalhe: eu quero o crescimento de Porto Alegre, como Vereador desta Casa. É preciso que Porto Alegre avance cada vez mais, porque 2014 vem aí, a Copa do Mundo vem aí, e o Projeto do Internacional também está aqui. E aí, qual é o tratamento que vão dar ao Projeto? Então eu acho que está na hora de nós, quarta-feira, votarmos e aprovar o Projeto. Obrigado.

 

O SR. DR. GOULART: Ver. Beto Moesch, eu queria agradecer aquela frase que achei muito boa: “SOS Saúde - tem veneno no ar!” E aí nós vamos começar a trabalhar isso em Porto Alegre. V. Exª vai auxiliar os Vereadores a trabalharem nisso, e mais o pneumologista, “o homem contra picumã no pulmão”.

Obrigado, Vereador-Presidente, Ervino Besson; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito obrigado, Ver. Humberto Goulart.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Solicito abertura do painel eletrônico, para a verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Mauro Pinheiro (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Dez Vereadores presentes. Não há quórum.

O Ver. João Antonio Dib solicita que sejam nominados os Vereadores presentes. São eles os Vereadores Dr. Raul, Haroldo de Souza, Beto Moesch, João Antonio Dib, Claudio Sebenelo, Luiz Braz, Mauro Pinheiro, Alceu Brasinha, Dr. Goulart e este Vereador.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h01min.)

 

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